
Era pra ser mais um sábado comum. O sol de inverno batia forte na Região Metropolitana de Campinas, e o motociclista de 27 anos seguia sua rota pela Avenida Prefeito Faria Lima, na altura do bairro Parque das Universidades. Nada — absolutamente nada — indicava a tragédia que se aproximava.
De repente, o fio quase invisível. Uma linha de pipa com cerol, daquelas que cortam como lâmina, cruzou seu caminho. O impacto foi direto no pescoço. A cena, segundo testemunhas, foi de puro horror. Ele ainda tentou reagir, mas o ferimento era profundo. Gravíssimo.
O socorro veio rápido, mas não rápido o suficiente. O SAMU foi acionado, e ele foi levado às pressas para o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti. Os médicos lutaram — lutaram muito —, mas a hemorragia era extensa. A vida dele escapou por entre os dedos da equipe médica, pouco depois das 15h.
Não foi acidente. Foi previsível.
E cá entre nós: quantas vezes a gente já não ouviu falar disso? Cerol mata. E mata de um jeito cruel, silencioso, sorrateiro. A prática é proibida por lei, mas todo ano a história se repete. E Campinas, mais uma vez, chora uma morte que poderia — e deveria — ter sido evitada.
A Polícia Militar rodoviária está investigando o caso. Até agora, ninguém foi identificado. A linha, claro, sumiu. Quem soltou aquela pipa provavelmente nem sabe do estrago que fez. Ou sabe, e agora vive com o peso.
Alerta geral: a cidade precisa acordar.
Enquanto isso, a cidade segue. Mas uma família não segue. Perdeu um filho, um irmão, talvez um pai. E a gente fica aqui pensando: até quando? Quantas vidas precisam ser interrompidas antes que isso vire prioridade?
Cerol não é brincadeira. É arma. E como arma, deve ser tratada.