
Imagine uma cidade onde os protetores estão sumindo — não por magia, mas por conta de números que não fecham. Piracicaba, aquela joia do interior paulista, tá sentindo na pele o que significa perder 86 guardas municipais em apenas 10 anos. E olha que não é pouco: era como se sumisse um pelotão inteiro.
Os dados são de cair o queixo — ou melhor, de fazer fechar os postos. Em 2015, a cidade tinha 274 guardas. Hoje? Mal passa de 188. E adivinha só onde isso dói mais? Nas ruas, claro. As rondas minguaram, a distribuição por bairros ficou desigual, e o cidadão comum é quem paga o pato.
Onde foi parar a segurança?
Conversando com quem entende do riscado, a situação é pior do que parece. Antes, dava pra cobrir 100% das regiões. Agora? Virou um quebra-cabeça com peças faltando. Alguns bairros viram a presença da Guarda sumir feito balão no céu, enquanto outros seguem com cobertura mínima — só pra inglês ver.
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- Rondas noturnas? Virou artigo de luxo
E tem mais: os que ficaram tão sobrecarregados que parecem aqueles malabaristas de circo, tentando equilibrar dez pratos ao mesmo tempo. "A gente faz milagre, mas não santo", solta um guarda que prefere não se identificar — medo de represálias, sabe como é?
E o futuro? Nem o copo meio cheio anima
O pior é que não tem luz no fim do túnel. Com concursos públicos engavetados e orçamento sempre no vermelho, a tendência é piorar. Alguns especialistas já falam em "desmonte silencioso" da segurança municipal. Outros lembram que, em tempos de crise, o crime costuma ser o primeiro a se aproveitar.
Enquanto isso, o cidadão de Piracicaba fica naquela: pagando impostos em dia, mas sem saber se amanhã vai ter quem o proteja. Ironia? Talvez. Realidade dura? Com certeza.