Guarda Municipal de BH deixa postos de saúde: população fica vulnerável e teme por segurança
Guarda Municipal deixa postos de saúde em BH; medo cresce

Era pra ser um lugar de cura e acolhimento, mas tá virando um ponto de nervosismo geral. Quem depende dos postos de saúde de Belo Horizonte acordou com uma notícia que, convenhamos, é de arrepiar: a Guarda Municipal simplesmente sumiu das portarias.

Sim, você leu direito. Aqueles uniformes que pelo menos davam uma sensação — ainda que frágil — de proteção? Pois é, viraram história. A ordem saiu direto do gabinete, sem muito aviso prévio, e caiu como uma bomba no dia a dia de quem trabalha e precisa desses serviços.

Medo, insegurança e muito desamparo

"A gente já vinha sentindo a situação ficar tensa", desabafa uma enfermeira que preferiu não se identificar — com razão, né? Ela conta que, só nas últimas semanas, foram pelo menos três brigas feias nas filas, ameaças a funcionários e até tentativa de furto dentro das salas de vacinação. "Agora, sem a Guarda, ficamos totalmente expostos. É angustiante."

E não são só os profissionais que estão assustados. Pacientes — muitos idosos, outros com crianças no colo — já chegam apprehensivos. Dona Maria das Graças, 72 anos, foi aplicar insulina e confessou: "Vim mais cedo com medo de encontrar confusão. Antes pelo menos a gente via a viatura estacionada. Agora... parece que estamos largados".

E por trás dessa decisão, o que há?

A Prefeitura, através da sua assessoria — sempre ela —, aleta que a medida é "estratégica" e que os guardas serão realocados para "áreas de maior criticidade". Só que não detalhou quais seriam essas áreas. Nem convenceu quem tá na linha de frente.

Um agente administrativo, sob anonimato, soltou a real: "Isso é puro cálculo político. Querem mostrar serviço em outros lugares, mas aqui dentro a gente sabe que a violência urbana não escolhe endereço. Só quem perde é a população mais carente".

Ah, e tem mais: rumores internos indicam que a retirada pode estar relacionada a cortes orçamentários — mas isso ninguém confirma oficialmente. Conveniente, não?

E agora, como fica a segurança?

Enquanto a justificativa oficial não convence, a pergunta que fica é: quem vai segurar a barra? A PM diz que sua atuação é complementar e que não pode ficar fixa nas unidades. A própria Guarda Municipal, por meio de fontes, admitiu preocupação com a decisão.

Resultado: os servidores estão se virando como podem. Alguns centros de saúde improvisaram esquemas de vigilância entre próprios funcionários. Outros dependem da sorte — ou da solidariedade de vizinhos.

Uma coisa é certa: a sensação de abandono é geral. E o que era para ser um direito básico — acesso à saúde com segurança — virou mais um capítulo de incerteza na vida do belo-horizontino.

Restou o apelo: que a Prefeitura reveja essa decisão antes que algo mais grave aconteça. Porque, como bem disse uma recepcionista, "a gente veio pra cuidar, mas também precisa se sentir cuidado".