
Eis que a justiça sergipana resolveu dar uma guinada num daqueles casos que deixam qualquer um com a pulga atrás da orelha. Um médico — cujo nome tá sendo mantido sob sigilo, sabe como é — estava detido preventivamente desde agosto, acusado de praticar umas barbaridades contra pacientes durante consultas lá em Aracaju.
Pois bem. Nesta sexta-feira, um desembargador decidiu que o doutor não precisa mais ficar trancafiado na cadeia. A prisão preventiva foi convertida em domiciliar. A notícia, claro, caiu como uma bomba.
Os detalhes que arrepiam
O tal médico — que atuava na área de ortopedia — tá sendo investigado por uns crimes sexuais no mínimo perturbadores. Segundo as denúncias, ele aproveitava o momento de examinar pacientes mulheres para passar dos limites. E olha que eram situações bem específicas, viu?
As vítimas contaram que os abusos aconteciam durante exames de rotina. O cara — usando a autoridade de médico — fazia uns toques desnecessários, uns procedimentos que não tinham nada a ver com a queixa original. Uma das mulheres até precisou fazer exame de corpo de delito no IML, tamanha a violência.
Por que soltaram?
Agora você deve tá se perguntando: como é que soltam um cara desses? Pois é, a decisão veio do desembargador Antônio Lima, que considerou que... bem, que não tinha mais necessidade da prisão preventiva. Ele alegou que o médico já tá respondendo ao processo, que tem endereço fixo e que — pasme — não representa mais perigo para as vítimas.
Mas calma lá que a coisa não é tão simples assim. A soltura veio com um monte de condições:
- O médico não pode se aproximar das vítimas — óbvio, né?
- Tem que usar tornozeleira eletrônica 24 horas por dia
- Fica proibido de exercer a medicina — pelo menos por enquanto
- Não pode sair da cidade sem autorização judicial
Ah, e se ele descumprir qualquer uma dessas regras, é volta imediata para a cadeia. Sem dó.
E as vítimas?
É aí que a coisa fica mais complicada. As mulheres que sofreram os abusos — e a gente tá falando de várias, viu? — ficaram sabendo da decisão e, bom, dá pra imaginar a revolta. Uma delas chegou a dizer, através da advogada, que tá com medo de encontrar o médico por aí, mesmo com as restrições.
O caso todo começou a vir à tona quando uma paciente teve coragem de denunciar. Aí, como acontece nessas situações, outras mulheres foram se manifestando. Parece que o padrão de comportamento do médico era sempre o mesmo: abusar da confiança durante exames íntimos.
O Ministério Público — que é quem tá com a batata quente na mão — já recorreu da decisão. Eles argumentam que o cara tem condições de influenciar testemunhas e que o perigo pra sociedade continua existindo. Afinal, estamos falando de um profissional que deveria cuidar da saúde e que, supostamente, usou essa posição para cometer crimes.
Enquanto isso, na rua, a população de Aracaju não esconde a preocupação. É aquela sensação de insegurança que fica, sabe? Se não dá pra confiar nem no médico, em quem a gente pode confiar?
O caso segue em investigação — e a polêmica, bom, essa parece que vai longe.