
A realidade nas celas da delegacia era simplesmente caótica — um amontoado de corpos onde cada centímetro valia ouro. A decisão judicial não chegou um minuto antes da hora, digamos assim.
O juiz Marcelo Lima de Oliveira, da 1ª Vara de Execuções Penais, basicamente deu um ultimato: ou esvaziam essa bomba-relógio humana ou a situação vai explodir de vez. E não é exagero.
Imagine você trancafiado num espaço tão apertado que mal dá para respirar, muito menos deitar. Agora multiplique isso por dezenas de pessoas. Um calor infernal, falta de higiene básica… é de lascar, sinceramente.
Um cenário digno de filme de terror
Não bastasse a superlotação grotesca — que por si só já configura aquela velha tortura —, a insalubridade atingia níveis alarmantes. Ventilação? Quase zero. Limpeza? Esquece. E olha que nem falei da questão sanitária ainda.
O Ministério Público do Amazonas, que move a ação, argumentou com uma precisão cirúrgica: condições tão degradantes assim ferem não só a lei, mas qualquer resquício de dignidade humana. E é difícil discordar.
O que muda agora?
A ordem judicial é clara como água: transferir os detentos para unidades que possam, pelo menos, oferecer o mínimo necessário para não virar um cenário apocalíptico. E tem que ser rápido — a Justiça não aceita mais promessas vazias.
Mas cá entre nós: será que isso resolve mesmo o problema? Ou é só mais um paliativo num sistema que parece sempre à beira do colapso? Pergunta que não quer calar.
Enquanto isso, os presos seguem naquela sina desumana, esperando que a transferência não seja só mais uma papelada que emperra na burocracia. Torcer para que dessa vez a Justiça consiga furar o bloqueio da ineficiência.