
Era para ser mais um dia abafado e silencioso no coração da floresta acreana, mas o que se seguiu foi tudo menos pacífico. Num daqueles lugares onde o sinal de celular some e só se escuta o barulho dos bichos, a lei encontrou — de forma definitiva e brutal — dois homens que viviam às suas próprias margens.
Os nomes deles? Edvan Oliveira de Souza, de 31 anos, e Francisco das Chagas Silva Lima, de 42. O primeiro, um foragido conhecido da justiça local; o outro, seu comparsa. Ambos foram localizados por agentes da Polícia Civil em uma região de mata fechada no município de Bujari, a poucos quilômetros da capital Rio Branco. E não saíram vivos dali.
Não deu tempo de negociar. Segundo relatos preliminares, os policiais se aproximaram e foram recebidos a tiros. O que se seguiu foi um troca de disparos intensa — daquelas que ecoam e some m rápido na vegetação densa. No final, ambos os homens estavam mortos. Ferimentos à bala. Nada mais a fazer.
Histórico de violência e fuga
Edvan não era novato no sistema. Ele respondia por homicídio qualificado — daqueles com requintes de crueldade que chocam até quem está acostumado. Estava foragido, vivendo na clandestinidade, longe dos holofotes da lei, mas não longe o suficiente. A justiça, como um rio lento mas persistente, acabou chegando até ele.
Francisco, por sua vez, era seu companheiro de fuga. Alguém que, pelas circunstâncias, escolheu o caminho errado — e pagou por isso com a vida.
“Operação baseada em informações de inteligência”, disseram as autoridades, sem dar muitos detalhes. Mas quem conhece o andar dessas coisas sabe: quando a polícia chega atirando em lugar isolado, a ordem não era de prender, era de encerrar.
O que acontece depois?
Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco. Lá, peritos vão tentar reconstituir os últimos momentos dessa história mal contada. Quantos tiros? De onde vieram? Quem atirou primeiro?
Perguntas que talvez nunca tenham resposta — ou que fiquem perdidas nos relatórios oficiais, entre termos técnicos e versões padronizadas.
A Polícia Civil garante que abriu um inquérito para investigar as mortes. Sim, a mesma polícia que atirou agora investiga a si mesma. É o protocolo. É a lei. Mas no Acre, como em tantos outros cantos do Brasil, a linha entre ação policial e execução é às vezes tênue demais.
Uma coisa é certa: mais dois nomes saem da lista de procurados e entram para as estatísticas de uma guerra que não parece ter fim.