A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, fez uma grave denúncia através da rede social X. Ela acusa agentes do regime de ameaçarem usar presos políticos como 'escudos humanos' em caso de uma possível intervenção militar dos Estados Unidos no país.
Denúncia detalhada e pedido de ação internacional
Em sua mensagem, a ex-deputada classificou as ameaças como crimes contra a humanidade e graves violações do direito internacional humanitário. Machado responsabilizou diretamente o governo de Nicolás Maduro por qualquer dano físico ou psicológico que venha a ocorrer com os detentos.
"São atos diretos e repetidos de intimidação contra pessoas completamente indefesas, privadas de liberdade e sob custódia do Estado", declarou. A oposicionista exigiu ação imediata de organizações internacionais de direitos humanos.
Relatos da ONG Observatório Venezuelano de Prisões
A denúncia pública de Machado coincide com informações divulgadas nesta semana pelo Observatório Venezuelano de Prisões (OVP). A organização não governamental confirmou, com base em relatos de familiares e dos próprios presos, que agentes penitenciários do centro de detenção de El Rodeo fizeram as ameaças.
"O uso sistemático do medo e da intimidação como mecanismos de controle agrava o risco ao bem-estar físico e mental das pessoas privadas de liberdade", alertou a OVP em seu comunicado.
Cenário de tensão internacional e resposta de Maduro
Este episódio ocorre em um momento de alta tensão geopolítica na região. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou um aumento da presença militar aérea e naval no Caribe e no Pacífico Oriental.
Operações contra embarcações suspeitas de narcotráfico, que teriam resultado em cerca de uma centena de mortes, foram realizadas. O governo venezuelano enxerga essas ações como uma tentativa de mudança de regime.
Em resposta, o presidente Nicolás Maduro afirmou, nesta quarta-feira, que Caracas recebeu 'apoio esmagador' do Conselho de Segurança da ONU. A declaração veio após Rússia e China criticarem as ações norte-americanas durante uma reunião de emergência convocada pela Venezuela.
Apelo urgente por proteção e monitoramento
Diante da gravidade das ameaças, María Corina Machado fez um apelo direto a governos democráticos e aliados. Ela pediu a ativação de medidas urgentes de pressão diplomática e monitoramento internacional, além da emissão de alertas formais para dissuadir o regime.
"Solicitamos proteção imediata para os presos políticos, acesso a observadores independentes e garantias efetivas de vida e integridade pessoal. Vidas estão em risco", finalizou a líder oposicionista, em um alerta contundente sobre a situação dos detidos.