Um novo episódio de violência contra povos originários chocou o Brasil nesta semana. Indígenas Parakanã da Terra Indígena Apyterewa, no sudeste do Pará, denunciaram um ataque armado por pistoleiros na última sexta-feira (23).
Segundo relatos das lideranças locais, homens armados invadiram a área demarcada e efetuaram diversos disparos contra os moradores. O ataque teria ocorrido próximo à aldeia Xingu, deixando a comunidade em estado de alerta máximo.
Violência em terra protegida
A TI Apyterewa, homologada em 2007, é alvo constante de invasões e conflitos agrários. Desta vez, os indígenas afirmam que os agressores estavam fortemente armados e agiram com extrema violência:
- Disparos foram ouvidos por mais de 30 minutos
- Comunidade precisou se esconder na floresta
- Nenhum ferido foi registrado, por sorte
"Estamos sendo caçados como animais em nossa própria terra", desabafou uma liderança que preferiu não se identificar por medo de represálias.
Autoridades acionadas
A Funai foi notificada sobre o ocorrido e prometeu enviar uma equipe para apurar os fatos. Já a Polícia Federal informou que investigará o caso como tentativa de homicídio e invasão de terra indígena.
Organizações de direitos humanos cobram uma resposta imediata do governo federal. "Não podemos normalizar essa escalada de violência contra os povos originários", declarou representante do Cimi (Conselho Indigenista Missionário).
Cenário de tensão
A região da TI Apyterewa vive um clima de guerra não declarada. Só em 2024, foram registrados:
- 15 invasões documentadas
- 3 ataques armados
- 5 focos de incêndio criminoso
Especialistas apontam que o aumento da violência coincide com o avanço do garimpo ilegal e do desmatamento na região. A situação exige medidas urgentes para proteger as vidas indígenas e a integridade do território.
