A Polícia Civil do Distrito Federal identificou os dois homens responsáveis por espancar um torcedor do Flamengo na madrugada do último domingo (30), no bairro Sudoeste, em Brasília. O crime ocorreu horas após a final da Copa Libertadores, vencida pelo Rubro-Negro sobre o Palmeiras.
Detalhes da violência no Sudoeste
O delegado Victor Dan, da 5ª DP (Sudoeste), confirmou que os agressores são pai e filho, ambos faixas-pretas em artes marciais. A hipótese de registrar o caso como uma simples agressão leve foi descartada pelas autoridades. "A motivação precisa ser esclarecida, mas tem conexão com a situação de torcidas rivais. É evidente o excesso: a vítima foi muito agredida, foi uma agressão além da normalidade", afirmou o delegado.
O advogado dos acusados, Leandro Nardy, declarou que seus clientes devem se entregar à polícia ainda nesta terça-feira (2). Em sua versão, a defesa classificou o episódio como um "fato isolado" e "corriqueiro", alegando que houve provocações antes do confronto físico.
Agressão filmada e ameaças de morte
As imagens do ataque, registradas por câmeras de segurança, mostram a brutalidade da agressão. O torcedor do Flamengo estava no pilotis do prédio onde mora, na quadra 105 do Sudoeste, por volta das 3h da manhã. Vestindo a camisa de seu time e fumando, ele foi abordado por dois homens com camisas do Palmeiras.
Os agressores inicialmente passaram pelo local, mas retornaram minutos depois para iniciar os ataques. A sequência de violência incluiu:
- Chutes e empurrões iniciais.
- O torcedor sendo jogado no chão e atingido por uma série de socos e cotoveladas no rosto.
- Uma intervenção de três homens que tentaram apartar a briga, momento em que um dos agressores desferiu um chute no peito da vítima, que caiu escada abaixo.
- A continuação da agressão na calçada, onde o flamenguista tentou, em vão, se defender.
O episódio durou quase quatro minutos. A vítima, que prefere não ser identificada, relatou à TV Globo que também sofreu ameaças de morte durante a agressão. "Eu não tinha feito nada pra eles. Eu não conheço nenhum dos dois. A única hipótese que eu posso ver, nesse caso, tenha sido a questão do futebol mesmo, a questão de eu estar com a camisa do meu time", desabafou.
Investigacão em andamento e consequências
Após o ocorrido, o torcedor agredido procurou a 3ª Delegacia de Polícia para registrar um boletim de ocorrência e realizou exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Ele apresentava hematomas e cortes nos braços, nas costelas e nos olhos.
O delegado Victor Dan ressaltou que ainda não está claro se a vítima proferiu alguma palavra aos agressores antes do ataque. Em seu depoimento, o flamenguista afirmou não se lembrar. A polícia segue investigando todas as circunstâncias do caso, que ganhou grande repercussão nas redes sociais e evidencia o problema da violência entre torcidas rivais.