Um crime chocante abalou as estruturas do Exército Brasileiro no Distrito Federal. Na tarde de sexta-feira (5), o corpo carbonizado da cabo Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, foi encontrado dentro de um quartel no Setor Militar Urbano (SMU). A Polícia Civil do DF confirmou que um soldado confessou o assassinato e ter iniciado o incêndio que consumiu o local.
Detalhes do crime e prisão em flagrante
O caso veio à tona após o Corpo de Bombeiros ser acionado por volta das 16h de sexta-feira para conter um incêndio no quartel. Os militares relataram grande quantidade de material combustível no local, o que intensificou as chamas. O fogo foi controlado em uma ação conjunta com efetivos do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (1º RCG).
Durante a fase de resfriamento, os socorristas se depararam com a trágica descoberta: o corpo da militar, já carbonizado. A investigação avançou rapidamente e, na manhã de sábado (6), o delegado Paulo Noritika, da 2ª Delegacia de Polícia, anunciou a prisão em flagrante de um soldado, que assumiu a autoria do crime.
O caso será investigado sob a qualificação de feminicídio, crime previsto quando o assassinato envolve violência doméstica ou discriminação à condição de mulher. As motivações ainda estão sendo apuradas.
Vítima era dedicada e integrava a Fanfarra
Maria de Lourdes Freire Matos tinha uma trajetória reconhecida dentro da instituição militar. Em nota publicada nas redes sociais, o 1º Regimento de Cavalaria de Guardas lamentou profundamente a morte da cabo e destacou seu perfil profissional.
A instituição afirmou que a trajetória de Maria "foi marcada por dedicação, profissionalismo e um compromisso exemplar com o serviço prestado na Fanfarra". O Comando Militar do Planalto também se manifestou, informando que a família da militar está recebendo todo o apoio necessário neste momento de dor.
Repercussão e andamento do caso
A prisão do suspeito em flagrante consolida a primeira etapa da investigação. A Polícia Civil agora trabalha para reconstituir os eventos que levaram ao crime, coletar provas complementares e entender a relação entre a vítima e o acusado. O fato de o crime ter ocorrido dentro de uma unidade militar, um ambiente tradicionalmente associado à disciplina e segurança, amplia o impacto e a gravidade do ocorrido.
A tragédia levanta discussões sobre a violência contra a mulher em todos os ambientes, inclusive nas Forças Armadas. A sociedade aguarda os desdobramentos das investigações e a aplicação da Justiça para a cabo Maria de Lourdes.