A Justiça do Distrito Federal decidiu, neste sábado (6), manter a prisão do soldado do Exército Kelvin Barros da Silva, de 21 anos. O militar confessou ter assassinado a cabo Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, e iniciado um incêndio no quartel do Exército na sexta-feira (5).
Prisão preventiva e gravidade do crime
Após audiência de custódia, a Vara de Execuções Penais converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva por tempo indeterminado. Na ata da audiência, o juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel destacou a extrema gravidade do caso.
"O caso é gravíssimo e se trata, dentre outros delitos, de feminicídio, delito praticado com extrema violência contra a pessoa e que assola a sociedade brasileira", afirmou o magistrado. Ele acrescentou que a prisão se faz necessária para a preservação da ordem pública e que o clamor social exige tolerância zero a tais fatos.
Confissão e contradição sobre relacionamento
O soldado Kelvin Barros da Silva foi preso na manhã de sábado, menos de 24 horas após o crime. Em depoimento na 2ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), ele confessou o assassinato e o incêndio. O acusado afirmou à polícia que mantinha um relacionamento com a vítima, informação que foi veementemente negada pela família de Maria de Lourdes em entrevista à TV Globo.
O militar seguirá preso no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília. Em nota, o Exército informou que ele deverá perder a patente militar, o que pode resultar em sua transferência para o Complexo Penitenciário da Papuda após os trâmites legais.
Corpo encontrado durante combate ao incêndio
O crime ocorreu na sexta-feira (5), no Setor Militar Urbano (SMU). O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 16h para conter as chamas no quartel, onde havia grande quantidade de material combustível. O fogo foi controlado em conjunto com militares do 1º RCG.
Durante a fase de resfriamento dos materiais queimados, os socorristas encontraram o corpo da cabo Maria de Lourdes carbonizado. O Comando Militar do Planalto afirmou que a família da militar está recebendo todo o apoio necessário.
Nas redes sociais, o 1º Regimento de Cavalaria de Guardas lamentou profundamente a morte. A instituição destacou que a trajetória de Maria na Força Armada "foi marcada por dedicação, profissionalismo e um compromisso exemplar com o serviço prestado na Fanfarra".