Homem morto a facadas em briga na Ceasa de Cariacica
Homem morto a facadas na Ceasa de Cariacica

Brincadeira termina em tragédia na Ceasa de Cariacica

Um homem foi morto a facadas na manhã desta segunda-feira (10), dentro das dependências das Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa), localizada em Cariacica, região da Grande Vitória. O crime ocorreu por volta das 10h, quando uma discussão entre trabalhadores que começou como uma simples brincadeira escalou para um desfecho trágico.

Sequência dos acontecimentos

De acordo com o diretor técnico-operacional da Ceasa, José Mansur, um fiscal testemunhou a vítima amarrada com uma corda momentos antes do incidente fatal. O fiscal então interveio, pedindo que os trabalhadores a soltassem. Imediatamente após ser liberada, a vítima teria partido para cima de outro indivíduo, que portava uma faca e um marteto - ferramentas comuns utilizadas para pregar caixas de mercadorias no local.

Foi nesse confronto que o agressor desferiu uma facada na região do ombro do homem que havia sido desamarrado. "Quando soltou, ele partiu para cima de uma outra pessoa. Essa pessoa estava com uma faca e imediatamente deferiu a facada", relatou Mansur aos repórteres.

Tentativa de socorro e fuga do agressor

A vítima foi rapidamente atendida pelo Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu-192), mas não resistiu aos ferimentos. Ela morreu dentro da ambulância enquanto era transportada para receber assistência médica mais adequada.

O autor do crime fugiu do local imediatamente após o ataque e permanece foragido. Até o fechamento desta matéria, a Polícia Civil não havia conseguido identificá-lo ou localizá-lo.

Perfil da vítima e tensão prévia

Trabalhadores e comerciantes que frequentam a Ceasa relataram que o homem assassinado era uma figura conhecida no local, embora não fosse reconhecido como funcionário formal ou prestador de serviços regular. Um comerciante que preferiu não se identificar contou que a vítima costumava pedir celulares emprestados para fazer ligações e, ocasionalmente, era vista carregando sacolas com frutas e verduras.

Outra testemunha revelou que o clima já estava tenso antes do desfecho fatal"ladrão", aumentando a hostilidade do ambiente. O trabalhador que a amarrou justificou a ação como uma tentativa de protegê-la de possíveis agressões de outros presentes.

Investigação e medidas de segurança

A direção da Ceasa informou que acionou imediatamente a segurança institucional, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar. Investigadores da Polícia Civil estiveram no local do crime no início da tarde para coletar evidencias.

Um aspecto crucial para as investigações é que o complexo conta com videomonitoramento 24 horas. A administração acredita que as câmeras de segurança registraram todo o incidente e que as imagens serão encaminhadas à Polícia Civil para auxiliar na identificação e captura do responsável.

Reações institucionais

Em nota oficial, a direção da Ceasa-ES lamentou profundamente o ocorrido e reforçou seu compromisso com a segurança de todos os frequentadores e colaboradores da unidade. A instituição garantiu total colaboração com as autoridades competentes na investigação do caso.

A Associação de Empresários Concessionários da Ceasa também se manifestou, criticando o fato do agressor ter conseguido deixar as dependências do entreposto sem ser detido. A entidade afirmou que cobra da administração controle mais efetivo nas portarias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas.

Contexto histórico

Segundo José Mansur, fazia mais de quatro anos que não havia registro de agressões graves dentro da unidade, o que torna o episódio ainda mais chocante para a comunidade que trabalha regularmente no local.

O fluxo normal de compradores e trabalhadores não foi interrompido após o incidente, com as atividades comerciais seguindo seu curso habitual.

Próximos passos

O corpo da vítima será encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) da Polícia Científica (PCIES), em Vitória, onde passará pelo processo de necropsia. Posteriormente, será liberado para os familiares, assim que estes forem localizados e identificados - já que até o momento ninguém soube informar o nome da vítima ou de seus envolvidos.