Funcionárias do Cefet Maracanã são enterradas após assassinato por colega
Funcionárias do Cefet são enterradas após tragédia

O Rio de Janeiro viveu um domingo de luto e despedidas emocionadas. As duas funcionárias do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), unidade Maracanã, assassinadas na última sexta-feira (29) dentro da instituição, foram sepultadas neste 30 de novembro. As vítimas, a diretora Allane de Souza Pedrotti Mattos e a psicóloga Layse Costa Pinheiro, foram mortas a tiros por um colega de trabalho, que depois cometeu suicídio.

Cerimônias de despedida marcam o domingo

Familiares, amigos, colegas e ex-alunos se reuniram em velórios separados para honrar a memória das profissionais. Allane de Souza Pedrotti Mattos, diretora da Divisão de Desenvolvimento de Ensino, foi velada no Cemitério Jardim da Saudade, localizado em Paciência, na Zona Oeste do Rio. Os presentes destacaram sua dedicação exemplar ao trabalho e lamentaram profundamente sua morte súbita e violenta.

Já o corpo da psicóloga Layse Costa Pinheiro foi sepultado no tradicional Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul. Profissionais das áreas de educação e saúde mental compareceram para se despedir da colega, ressaltando seu compromisso inabalável com o atendimento e o bem-estar dos estudantes do Cefet.

Quem eram as vítimas da tragédia no Cefet

Allane Mattos, além de gestora, era uma mulher de múltiplos talentos. Doutora em Letras, ela tinha uma trajetória acadêmica que passava por instituições de prestígio como a PUC-Rio, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade de Copenhagen, na Dinamarca. Nas redes sociais, ela se definia como "mãe e cria do Morro do Pinto", comunidade do Centro do Rio, e também se dedicava à música como cantora, compositora e pandeirista.

Layse Pinheiro, por sua vez, era formada em Psicologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Em seus perfis online, se apresentava como "feminista, antirracista e na luta por todas as minorias", declarando ainda sua paixão por música e dança de salão. Sua atuação como psicóloga escolar era focada no apoio direto aos alunos da instituição.

Autor do crime estava afastado por saúde mental

O autor dos disparos foi identificado como João Antônio Miranda Tello Gonçalves, de 47 anos, servidor do Cefet que estava afastado de suas atividades há aproximadamente 60 dias por questões relacionadas à saúde mental. De acordo com informações da Polícia Militar, ele desejava retornar ao setor onde Allane Mattos atuava.

João Antônio teve uma passagem pela coordenação da Coordenadoria Pedagógica do Departamento de Ensino Médio e Técnico do Cefet, entre dezembro de 2019 e junho de 2020. Após assassinar as duas colegas, ele tirou a própria vida no local do crime.

O caso está sob investigação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Em resposta à tragédia, a direção do Cefet/RJ decretou luto oficial e suspendeu todas as atividades letivas e administrativas até o próximo dia 5 de dezembro, permitindo que a comunidade acadêmica vivencie esse momento de dor e reflexão.