
Era pra ser mais um dia comum varrendo ruas, mas terminou em sangue. Na última sexta-feira, um gari de Belo Horizonte foi executado a tiros por um empresário — um crime que chocou a cidade e deixou uma família inteira à deriva. O patrão da vítima, com a voz embargada, não esconde a revolta: "É de cortar o coração. O cara tinha uma filha pequena... quem vai segurar essa criança agora?"
Detalhes absurdos começam a surgir. Testemunhas contam que o agressor — dono de uma loja de materiais de construção — já tinha histórico de explosões de raiva. Dessa vez, teria brigado com o gari por causa de... lixo. Sim, você leu certo. Uma discussão sobre resíduos terminou com quatro tiros à queima-roupa.
Família em colapso
A cena no necrotério foi de partir o peito. A viúva, em choque, mal conseguia ficar em pé. Parentes dizem que o salário do gari — mixuruca, como quase todo serviço essencial nesse país — era o único sustento da casa. Sem ele, nem o aluguel do mês que vem tá garantido.
E a filha? Cinco anos, olhos grandes cheios de perguntas que ninguém sabe responder. "Papai foi trabalhar e não voltou" — como explicar isso pra uma criança?
A pergunta que não cala
Enquanto o empresário aguarda julgamento (com direito a advogado caro, claro), a vizinhança se pergunta: quantas vidas precisam ser destruídas antes que a violência urbana vire prioridade? BH tá virando terra sem lei, ou é impressão minha?
O caso tá longe de acabar. A Defensoria Pública já anunciou que vai acompanhar o processo — que promete ser mais lento que fila do INSS. Enquanto isso, colegas de trabalho fazem vaquinha pra comprar... um caixão decente. Tristeza demais pra caber num texto.