Histórico criminal revela trajetória de violência
A Polícia Civil do Maranhão confirmou que João Gabriel Rodrigues Cardoso, de 23 anos, preso pelo assassinato do idoso Jessé Ramos da Silva, já possuía uma extensa ficha criminal antes do crime ocorrido na última terça-feira (25).
O jovem, natural de São Luís, acumulava cinco passagens pela polícia, incluindo duas apenas em 2025. Segundo as investigações, ele confessou ser o autor do disparo que tirou a vida do idoso de 72 anos durante um assalto no bairro Cohatrac.
Linha do tempo criminal do suspeito
O histórico delituoso de João Gabriel inclui:
- Outubro de 2021 - preso e autuado no Plantão da Cidade Operária por porte ilegal de arma de fogo
- Março de 2022 - autuado no Plantão da Cidade Operária por roubo
- Novembro de 2022 - nova passagem por roubo, com autuação no Plantão da Cidade Operária
- Março de 2025 - autuado por receptação no Plantão Central das Cajazeiras
- Abril de 2025 - nova prisão e autuação em flagrante por receptação, no 18º Distrito Policial da Cidade Olímpica
Operação policial prende assassino na Vila Janaína
João Gabriel foi localizado e preso na região da Vila Janaína através de uma operação conjunta da Polícia Civil com o Centro de Inteligência (CISP). Durante a prisão, os policiais encontraram marcas no corpo do suspeito que indicavam participação no crime, além da arma utilizada no assalto que resultou na morte de Jessé Ramos.
O suspeito já possui três passagens pelo sistema prisional maranhense e agora pode responder por homicídio qualificado.
Vítima era querida na comunidade esportiva
Jessé Ramos da Silva, de 72 anos, era uma figura conhecida e respeitada nas comunidades do Jardim Araçagy e Cohatrac. Familiares e amigos lamentaram a perda de quem era considerado um homem generoso e de bom coração.
Segundo Jorge Andrade, parente da vítima, "Tio Jessé sempre será lembrado por sua generosidade, força e intrepidez. Vai deixar muitas saudades. Obrigado pelos ensinamentos".
O idoso também era conhecido na comunidade de corredores de São Luís. A apresentadora do Globo Esporte Maranhão, que é atleta, revelou que Jessé era carinhosamente chamado de 'Seu Jessé' e que ele pretendia participar de uma corrida no dia seguinte ao crime.
"Amanhã ele ia participar de uma corrida. Foi buscar a camisa e tudo! Ele estava até um pouco afastado, mas amanhã ia correr. Sempre, sempre me pegava no braço e falava: 'oi menina. Você é sabida!'", afirmou a apresentadora.
Legado de amizade e respeito
Amigos relataram que Jessé já foi dono de uma autoescola e mantinha forte amizade com policiais civis da Delegacia do Cohatrac, onde era visto frequentemente. No Jardim Araçagy, também era colega dos atletas de judô.
Italo Nunes, judoca e amigo de Jessé, declarou: "Dia de muita tristeza em nossa comunidade do Jardim Araçagy. Perdemos a vida de um grande amigo da nossa comunidade. Um homem digno, responsável por uma família maravilhosa e de muito respeito por todos".
Crime foi registrado por câmera de segurança
O assassinato ocorreu por volta das 5h15, quando Jessé levava a nora até uma parada de ônibus, como era seu hábito. Durante o trajeto, foi abordado por um assaltante em uma moto.
Uma câmera de segurança registrou toda a dinâmica do crime. As imagens mostram que o idoso reagiu imediatamente ao assalto, atacando o criminoso com um objeto que segurava na mão.
Após alguns segundos de confronto, o assaltante engatilhou a arma e atirou contra Jessé, atingindo-o no pescoço. A vítima morreu minutos depois, enquanto o criminoso fugiu sem levar qualquer pertence.
A Polícia Civil esteve no local após o crime e o Instituto Médico Legal realizou a remoção do corpo para os procedimentos legais.