
E aí, o que era só um boato nos corredores da Câmara virou realidade dura e crua. A Justiça de Piracicaba simplesmente cortou na carne - suspendeu o mandato do vereador Cássio Roberto Fogaça, o popular Cássio Fala Pira. E olha, não foi por pouco.
A decisão saiu na tarde desta segunda-feira (14), e digo mais: pegou geral de surpresa, embora já se esperasse alguma consequência depois daquela prisão espetacular no mês passado. O juiz Fernando Antônio de Souza, da 2ª Vara da Fazenda Pública, atendeu ao pedido do Ministério Público sem dó nem piedade.
Da cadeira parlamentar para a cela
Pois é, a queda foi rápida. Cássio tá detido desde 25 de setembro - faz quase três semanas! - na cadeia de Santa Bárbara d'Oeste. A operação que derrubou o político foi batizada de 'Placebo', conduzida pela Polícia Civil. Detalhe: tudo sob sigilo total, aquela coisa que deixa todo mundo com a pulga atrás da orelha.
O MP argumentou, e a Justiça concordou, que a situação do vereador - preso, sem condições de exercer o mandato - configurava aquilo que os juristas chamam de 'superveniência de fato incompatível com o exercício do mandato'. Traduzindo: não dá pra legislar de trás das grades.
E agora, o que acontece?
Bom, a suspensão é imediata. Cássio perde tudo: salário, verba de gabinete, direito de votar, de falar em plenário... Até o acesso aos sistemas da Câmara foi cortado. A casa legislativa já foi notificada e tem que cumprir na hora.
Mas calma, a história não acabou. O processo principal ainda corre em segredo de justiça - aquela velha máxima de que 'só no final a gente descobre tudo'. A defesa do vereador pode recorrer, claro. O problema é que, com ele preso, a situação fica complicadíssima.
Enquanto isso, Piracicaba fica com uma cadeira vazia na Câmara. Os eleitores que confiaram seus votos em Cássio Fala Pira agora assistem a esse vácuo político. E a pergunta que não quer calar: será que alguém vai ocupar esse espaço?
O caso lembra aquela velha lição que a gente sempre esquece: na política, como na vida, nada é tão permanente quanto o temporário. Hoje você está no plenário, amanhã... bem, melhor nem completar.