Presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, é preso pela PF no Rio
Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, preso pela PF

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, foi preso na manhã desta quarta-feira, 3 de dezembro de 2025. A detenção ocorreu na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, marcando um novo capítulo nas investigações sobre o caso TH Joias.

Estratégia da PF para evitar holofotes

Bacellar, filiado ao União Brasil, compareceu à superintendência da PF após ser convocado para uma reunião com o superintendente Fábio Galvão. Ao chegar ao local, foi imediatamente detido por agentes, que também apreenderam seu celular. A estratégia, segundo apurou-se, tinha como objetivo evitar a exposição midiática no momento da prisão e prevenir possíveis vazamentos de informação.

Paralelamente à prisão, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em dois endereços ligados ao deputado: no gabinete da presidência da Alerj, localizado no oitavo andar do Palácio Tiradentes, e em sua residência. Os mandados, tanto de prisão preventiva quanto de busca, foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Suspeitas no caso TH Joias e atuação recente

A prisão está diretamente relacionada às investigações do caso TH Joias, que envolve uma suposta ligação direta com a facção criminosa Comando Vermelho. Bacellar é suspeito de vazar informações sigilosas desse inquérito, o que teria motivado a ação judicial e policial.

O momento da prisão chama a atenção pela recente atuação política de Bacellar. Na última sexta-feira, ele assumiu interinamente o governo do estado do Rio de Janeiro, substituindo o governador Cláudio Castro (PL), que estava em Lima, no Peru, para acompanhar a final da Copa Libertadores. Bacellar exerceu a função de governador interino até o domingo.

Contexto político e reeleição

Rodrigo Bacellar havia sido reeleito presidente da Alerj por unanimidade pouco antes desses eventos. A rápida sucessão de fatos – da interinidade no governo estadual à prisão pela PF – gera um forte impacto no cenário político fluminense.

A operação desta quarta-feira reforça o foco das investigações sobre possíveis infiltrações e vazamentos no aparato de segurança e no sistema político. A PF não divulgou mais detalhes sobre as evidências que fundamentaram os mandados, mas a ação coordenada indica que as investigações estão em estágio avançado.