
Numa decisão que promete esquentar os debates nos corredores do poder, o ministro Alexandre de Moraes — aquele mesmo que nunca foge de uma polêmica — acabou de cortar pela raiz um simbolismo que vinha causando arrepios na toga. A partir de agora, réus investigados por suposta tentativa de golpe terão que encarar os interrogatórios de peito aberto, literalmente. Sem a proteção — ou seria ostentação? — dos uniformes militares.
Não, você não leu errado. A ordem é clara como cristal: "nada de fardas durante os depoimentos". A medida, que pegou muitos de surpresa, foi tomada no âmbito do inquérito que investiga a tal tentativa de desestabilização democrática — aquela que todo mundo comenta mas ninguém quer nomear.
O que muda na prática?
Imagine a cena: um militar de alta patente, acostumado a ser tratado com todas as honras, tendo que responder perguntas incômodas vestindo... um simples terno. Ou quem sabe até uma camisa polo. O impacto psicológico não é brincadeira — e Moraes sabe disso.
- Uniforme vira artigo proibido na sala de interrogatório
- Decisão vale para todos os investigados, independente de patente
- Objetivo é "neutralizar" possíveis influências durante os depoimentos
Numa daquelas frases que só ele tem a coragem de soltar, o ministro justificou: "Processo judicial não é desfile militar". Duro, né? Mas faz todo sentido quando você para pra pensar — afinal, a Justiça deveria ser cega para fardamentos e insígnias.
E os advogados de defesa?
Ah, esses já começaram a chiar, como era de se esperar. Alguns alegam que a medida "desrespeita a hierarquia militar". Outros, mais astutos, tentam argumentar que o uniforme faz parte da identidade profissional dos acusados. Mas parece que Moraes não está muito a fim de ouvir essas lamúrias — pelo menos não por enquanto.
O que me faz pensar: será que estamos vendo o início de uma nova era nos interrogatórios de alto escalão? Uma época onde o mérito das respostas vale mais que as estrelas no ombro? Bom, pelo menos é o que o ministro parece estar tentando garantir.