Pesquisa Quaest: Maioria dos brasileiros acredita em tentativa de golpe bolsonarista e defende prisão domiciliar
Maioria vê tentativa de golpe bolsonarista, diz Quaest

Eis que a poeira não baixou nem um pouco. A Quaest, sempre com seus números na ponta da língua, jogou uma bomba no tabuleiro político: a maioria esmagadora dos brasileiros — estamos falando de 55%, hein? — engoliu a ideia de que Jair Bolsonaro realmente tentou dar um golpe de estado depois de perder as eleições. Não é pouco, não.

Parece que aquele clima pesado de 2022, com caminhoneiros nas estradas e gente acampada às portas dos quartéis, ficou marcado a fogo na memória do país. O povo não esqueceu.

Prisão em casa? O debate esquenta

E não para por aí. Quando o assunto é o que fazer com o ex-presidente, a opinião pública se divide, mas pende para um lado. Quase metade do Brasil (49%, para ser exato) acha que a solução menos pior é ele responder o processo em casa, na tal prisão domiciliar. Só 38% torcem o nariz para a ideia. O resto? Bem, o resto ou não soube responder ou simplesmente lavou as mãos.

Não é surpresa para ninguém, mas a polarização reina absoluta. Quem votou no Bolsonaro enxerga perseguição pura — uma narrativa de "lawfare" que se repete. Do outro lado, quem apoiou Lula vê a investigação como mera consequência, o preço a se pagar por ter cruzado a linha tênue da democracia.

Os números não mentem (ou será que mentem?)

O detalhe curioso — e um tanto quanto previsível — é como o olhar sobre os fatos muda drasticamente dependendo do espectro político do cidadão. Entre eleitores do atual governo, a convicção de que houve uma tentativa de golpe é esmagadora. Já no campo bolsonarista, a história é outra: prevalece a visão de que tudo não passou de um grande teatro, uma armação política.

Essa divisão profunda mostra que o Brasil ainda está longe de virar a página desse capítulo conturbado. O assunto segue vivo, pulsante e, acima de tudo, dolorosamente presente no dia a dia.

Uma coisa é certa: o debate sobre o que aconteceu no final de 2022 e os desdobramentos jurídicos que se seguiram ainda vão render muita discussão de bar, mesa de jantar e, claro, muito conteúdo nas redes sociais. O país parece condenado a revisitar esses fantasmas por um bom tempo.