
Eis que a poeira não baixou — nem um pouco — depois daquele episódio surreal que parou as redes sociais em outubro de 2022. Lembra? Uma cena de terror urbano que parecia tirada de um filme de ação mal dirigido, mas era real. Um jornalista sendo perseguido pela então deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), armada e visivelmente alterada, pelas ruas de São Paulo.
Pois é. O repórter, que prefere manter o anonimato por — ora, óbvio — questões de segurança, decidiu não engolir a seco. Moveu uma ação pedindo indenização de R$ 2 milhões por danos morais. Dois milhões! Valor que, convenhamos, reflete a gravidade do que rolou.
O que diz a ação?
O processo, que corre sob segredo de justiça — detalhe importante — na 16ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo, alega que a conduta da parlamentar foi "abusiva, intimidatória e completamente desproporcional". Segundo a defesa do jornalista, não foi um mero desentendimento político. Foi perseguição, assédio e ameaça real, com arma em punho, em plena via pública.
E não para por aí. A ação judicial menciona que o profissional sofreu — e ainda sofre — com sequelas psicológicas. Ansiedade, medo constante de retaliação e um estresse pós-traumático que bagunçou sua vida pessoal e profissional. Algo que nenhum repórter deveria passar só por estar fazendo o seu trabalho.
E a Zambelli? Como fica?
Bom, do outro lado, a defesa da ex-deputada deve rebater as acusações. Na época, ela alegou que agiu por medo e que se sentiu ameaçada — uma versão que, convenhamos, não colou muito bem perante a opinião pública depois que o vídeo viralizou. A cena foi feia, explícita e chocou até quem está acostumado com as turbulências da política brasileira.
Este caso, meu caro, vai longe. E não é só sobre dois milhões. É sobre até onde pode ir a tensão entre poder político e liberdade de imprensa. É sobre um jornalista que resolveu não se calar.
Fica o registro. E o aguardo pelos próximos capítulos.