Itamaraty entra em cena: Brasil pede extradição de ex-assessor de Alexandre de Moraes à Itália
Itamaraty pede extradição de ex-assessor de Moraes à Itália

Eis que o Itamaraty resolve botar a mão na massa — e não é pouco. Depois de um silêncio que já começava a incomodar, o Ministério das Relações Exteriores finalmente encaminhou às autoridades italianas o pedido formal de extradição de Carlos Fernando dos Santos Lima. Sabe aquele nome que não sai das páginas dos jornais há meses? Pois é.

O cara, que já foi assessor direto do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, está foragido na Itália desde o ano passado. E não foi de férias, não. A Justiça brasileira quer ele de volta para explicar uma série de supostas irregularidades no inquérito das fake news — aquele que mexe com gente grande e virou um verdadeiro vespeiro político.

O pedido de extradição, segundo apurou-se, foi enviado na última sexta-feira (23). Agora, a bola está com a Justiça italiana. E convenhamos: extradição não é coisa que se resolve entre uma xícara de café e um bom prato de espaguete. Pode demorar. E muito.

O que está por trás do pedido?

Carlos Fernando é investigado no âmbito do inquérito que aponta suposta interceptação irregular de conversas de autoridades. Sim, aquelas que vazaram e criaram um terremoto no Planalto. O próprio Moraes já se manifestou — disse, em nota, que nunca autorizou qualquer quebra de sigilo fora da lei. Mas a coisa toda feder, feder.

Desde que a PF começou a investigar, o ex-assessor meteu o pé. Foi pra Europa e, desde então, vive como cidadão italiano — tem dupla nacionalidade, sabia? Esperto ele, né? Só que agora a coisa ficou séria. Com o pedido de extradição em curso, a situação dele pode mudar da água pro vinho. Ou melhor, do vinho italiano pra uma cela brasileira.

E agora, José?

Enquanto isso, em Brasília, o clima é de expectativa. Ninguém fala muito, mas todo mundo pergunta. O Itamaraty emitiu um comunicado enxuto, daqueles que fala tudo sem dizer nada. Já a defesa de Carlos Fernando — pasmem — alega perseguição política. Diz que o cliente é vítima de uma "caça às bruxas" e que não cometeu crime algum. Clássico, não?

O problema é que a Justiça italiana não costuma brincar em serviço. Eles vão analisar o pedido com lupa — e se houver qualquer cheiro de motivação política, pode dar ruim pro Brasil. Extradição por crime político? Esquece. Não rola.

Enquanto isso, o STF segue assistindo de camarote. Moraes, claro, não se manifesta. Fica o silêncio — e a pergunta: o que mais vai vazar dessa trama antes que Carlos Fernando ponha os pés novamente no Brasil?

Uma coisa é certa: o caso está longe de acabar. E o pedido de extradição é só mais um capítulo dessa novela que, parece, nem mesmo o mais criativo dos roteiristas seria capaz de inventar.