O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira, 2, que já pediu desculpas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A reconciliação ocorre após uma crise pública dentro da família Bolsonaro, deflagrada por críticas de Michelle a uma articulação política do partido.
Visita na PF e o pedido de desculpas
A declaração foi dada após o parlamentar visitar o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde ele está preso. Flávio afirmou ter resolvido o desentendimento com a madrasta. "Falei pra ele [Jair Bolsonaro] que já me resolvi com a Michelle, pedi desculpas a ela, ela também", disse o senador.
Ele ainda adiantou que uma reunião no PL estava marcada para o mesmo dia, com o objetivo de estabelecer uma nova rotina para a tomada de decisões dentro do partido. A ideia, segundo Flávio, é que as escolhas sejam feitas em conjunto, com a palavra final sempre sendo do ex-presidente.
A origem da crise familiar
O conflito teve início quando Michelle Bolsonaro fez críticas públicas a uma movimentação do PL no Ceará. A articulação, conduzida por lideranças estaduais do partido, visava uma possível aliança com o ex-governador Ciro Gomes para a disputa ao Senado em 2026.
A posição de Michelle gerou reação imediata dos filhos de Jair Bolsonaro. Flávio, em entrevista ao portal Metrópoles, chegou a afirmar que a madrasta "atropelou o presidente Bolsonaro", que teria autorizado o movimento político. Ele também classificou o tom usado por Michelle como "autoritário e constrangedor".
Justificativa de Michelle e a busca por harmonia
Nesta terça-feira, a ex-primeira-dama também se manifestou, defendendo seu direito de discordar da articulação partidária. Michelle justificou sua oposição ao fato de Ciro Gomes ter sido adversário direto de Bolsonaro em 2022 e permanecer um crítico frequente do ex-presidente.
Apesar do desacordo, Flávio Bolsonaro demonstrou otimismo sobre o futuro. Ele disse preferir "ver as coisas pelo lado bom" e garantiu que situações como essa não se repetirão. "A gente vai tomar decisões muito mais conscientes, ouvindo mais pessoas e o presidente resolvendo no final e, assim, as chances de errar são menores", explicou o senador, sinalizando uma tentativa de pacificação e reorganização interna.