Uma investigação da CPMI do INSS trouxe à tona informações alarmantes sobre os vínculos entre um diretor da Conafer e o gabinete do deputado Hugo Motta. Os dados financeiros analisados pelo Coaf revelam valores significativos pagos pela entidade a um assessor parlamentar durante seu período de trabalho na Câmara dos Deputados.
Os números que chamam a atenção
De acordo com documentos obtidos pela comissão parlamentar de inquérito, Jerônimo Arlindo da Silva Júnior, conhecido como Júnior do Peixe, atuou como assessor no gabinete de Hugo Motta entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021. Durante esse período, seu salário oficial na Câmara era de R$ 1.500 mensais.
Entretanto, os registros do Coaf contam uma história diferente. A Conafer, identificada como a segunda entidade que mais lucrou com a fraude bilionária envolvendo descontos de aposentadorias, efetuou pagamentos substanciais ao mesmo funcionário. Somente entre novembro de 2020 e janeiro de 2021, a entidade transferiu R$ 227.000 para Jerônimo Arlindo da Silva Júnior.
A discrepância salarial
Quando calculada a média mensal desses pagamentos, chega-se ao valor de R$ 75.700 por mês recebidos da Conafer. Isso representa cinquenta vezes mais do que o salário que ele recebia como assessor no gabinete do deputado paraibano.
Os registros mostram que essa complementação de renda ocorria simultaneamente ao período em que Júnior do Peixe trabalhava oficialmente para Hugo Motta, que na época ainda não havia se tornado presidente da Câmara.
O contexto da investigação
A CPMI do INSS investiga uma fraude bilionária que envolve descontos irregulares em benefícios previdenciários. A Conafer aparece no centro das investigações como uma das principais beneficiárias desse esquema.
Os dados do Coaf que revelaram esses pagamentos jogam nova luz sobre as relações entre entidades investigadas e o poder legislativo. As informações surgem em um momento crucial da investigação, que busca mapear todas as conexões do suposto esquema de fraudes.
A descoberta levanta questões sobre possíveis conflitos de interesse e a natureza dos serviços prestados por Jerônimo Arlindo da Silva Júnior à Conafer enquanto atuava como assessor parlamentar. A investigação continua para apurar todos os detalhes dessa relação.