
Eis aí uma divisão que não surpreende ninguém, mas que continua a dar o que falar. Segundo o mais recente levantamento do Datafolha, os brasileiros estão literalmente partidos ao meio quando o assunto é a possível prisão de Jair Bolsonaro por acusações de tentativa de golpe.
De um lado, 48% acham que o ex-presidente deveria ser mesmo detido — e não é pouco. Do outro, 45% torcem o nariz para essa ideia. Os 7% restantes? Bem, esses preferem não se meter ou simplesmente não têm opinião formada (e quem pode culpá-los?).
Os números que explicam — ou complicam — tudo
Quando a pesquisa esmiúça os dados por faixa etária, a coisa fica ainda mais interessante. Entre os jovens de 16 a 24 anos, o apoio à prisão chega a 55%. Já na turma com 60 anos ou mais, só 39% concordam. Seria um sinal de que as novas gerações estão mais indignadas com o que aconteceu?
E tem mais: nas regiões Norte e Nordeste, o apoio à detenção de Bolsonaro beira os 60%. No Sul e Sudeste, não passa de 40%. Uma divisão geográfica que reflete, claro, aquela velha história de bolhas políticas que a gente já conhece.
E as consequências disso?
Especialistas ouvidos pelo instituto — e por aí — alertam: essa divisão quase perfeita mostra um país que ainda não digeriu os eventos pós-eleições de 2022. "Quando quase metade defende uma coisa e a outra metade pensa exatamente o contrário, temos um problema sério de convivência democrática", dispara um cientista político que preferiu não se identificar.
Enquanto isso, nas redes sociais, a briga continua acirrada. De um lado, os que chamam Bolsonaro de "golpista". Do outro, os que defendem que tudo não passa de "perseguição política". E no meio? Bem, no meio está o Judiciário, que terá a palavra final nesse imbróglio.
Uma coisa é certa: esse assunto ainda vai render muita tinta — ou melhor, muitos bytes. E você, de que lado está nessa história? Ou será que, como 7% dos entrevistados, prefere só observar de longe?