
Eis que a trama política ganha um capítulo digno de roteiro cinematográfico. Dois dias. Apenas 48 horas separaram a apreensão do passaporte de Jair Bolsonaro, em agosto de 2024, e a movimentação surpreendente do então ex-presidente: um pedido formal de asilo político à Argentina.
A revelação — que parece saída de um thriller político — veio à tona através de documentos da Polícia Federal enviados ao Supremo Tribunal Federal. Não foi algo casual. Um gesto desesperado? Uma estratégia calculada? A verdade é que o pedido foi protocolado, de fato, pela embaixada argentina em Brasília.
O timing é tudo, não é?
Em 20 de agosto daquele ano, a Justiça determinou a apreensão do passaporte de Bolsonaro. No dia 22, lá estava ele, através de seus representantes, buscando refúgio em território hermano. A velocidade é de deixar qualquer um de queixo caído.
A PF foi enfática: trata-se de um pedido de asilo político, não migratório. Uma distinção crucial, carregada de significado e consequências jurídicas — um movimento que reconhece, implicitamente, perseguição ou risco declarado no país de origem.
E a Argentina?
O governo de Javier Milei, aliado ideológico do ex-presidente brasileiro, nem precisou pensar muito. Recusou na hora. Sim, recusou. O pedido não foi adiante e, desde então, Bolsonaro permanece no Brasil, respondendo a uma enxurrada de processos judiciais.
Curioso pensar como os fios do poder se entrelaçam, não? A própria PF assumiu que a investigação sobre o caso — incluindo esse pedido de asilo — ainda corre em segredo de Justiça. Um silêncio que fala mais que mil palavras.
O que se sabia, até então, era que Bolsonaro estivera na embaixada no período. Agora, fica claro o motivo: era asilo que ele queria. Um pedido formal, protocolado, quase um ato de última esperança.
E assim segue o tabuleiro da política nacional: cada peça movida, cada revelação, mais complexa e humana que a anterior. O que virá a seguir? Só o tempo — e os arquivos da PF — dirão.