
O Congresso Nacional está pegando fogo com a discussão sobre a tal da anistia fiscal. E não é para menos — a proposta que promete "perdoar" dívidas tributárias já está causando arrepios nos economistas mais casca-grossa.
Enquanto uns defendem a medida como alívio para empresas encurraladas, outros apontam um rombo estimado em R$ 60 bilhões nos cofres públicos. Quem está certo nessa briga?
O que dizem os defensores
Os parlamentares favoráveis — a maioria da base governista — argumentam com unhas e dentes que a medida vai:
- Oxigenar o caixa de pequenas e médias empresas
- Reduzir a judicialização de processos tributários
- Aquecer a economia com a injeção de recursos
"É como tirar uma pedra do sapato do contribuinte", defendeu um deputado, sob aplausos. Mas será mesmo?
O outro lado da moeda
Os críticos — incluindo técnicos do próprio governo — soltaram o verbo:
- O prejuízo supera em 3 vezes o orçamento anual do Bolsa Família
- Beneficia principalmente grandes devedores
- Cria precedente perigoso para futuras inadimplências
Não bastasse, especialistas apontam que 72% dos beneficiados seriam empresas com faturamento acima de R$ 10 milhões. Pequenos negócios? Quase nada.
E o cidadão comum?
Aqui mora o pulo do gato. Enquanto o debate esquenta em Brasília, João e Maria continuam pagando religiosamente seus impostos. E ainda terão que bancar o rombo — seja via aumento de tributos ou corte de serviços.
"É o velho jeitinho brasileiro institucionalizado", reclama um contador de São Paulo, enquanto prepara a declaração do IR de clientes que nunca atrasaram um centavo.
O fato é que, anistia ou não, alguém sempre paga a conta. A questão é: quem vai ser o trouxa dessa vez?