Era mais uma tarde de domingo aparentemente comum na movimentada BR-101, em Santa Catarina, quando uma blitz de rotina da Polícia Rodoviária Federal revelou uma carga que ninguém esperava encontrar. Dentro de um ônibus que fazia a linha Rio Grande do Sul-São Paulo, algo cheirava mal – e não era figurativamente.
Os agentes, com aquele faro apurado que só anos de estrada proporcionam, perceberam que a história não batia. Três passageiros, tentando manter a compostura, mas com aquela nervosidade clássica de quem esconde algo grande. Muito grande.
E foi nas profundezas do bagageiro que a surpresa apareceu: nada menos que 15 mil cigarros de maconha, meticulosamente embalados e prontos para distribuição. Um verdadeiro tesouro ilegal, avaliado em dezenas de milhares de reais no mercado negro.
Como esconder o indescobrível?
Os traficantes pensaram em tudo – ou quase tudo. A carga estava escondida em um compartimento secreto, uma daquelas engenhocas que parecem sair de filme de ação. Só que desta vez, o final não foi feliz para os criminosos.
Os três indivíduos, todos com passagens pela polícia, nem tentaram negar. A evidência era esmagadora. Foram detidos na hora e agora respondem por tráfico de drogas. Se condenados, podem pegar até 15 anos de reclusão. Um preço alto por tentar levar a droga de um estado para outro.
O que isso revela sobre as rotas do tráfico?
Especialistas em segurança já vinham alertando: o transporte interestadual de passageiros tornou-se uma das principais modalidades para o transporte de entorpecentes no país. A aparente normalidade dos ônibus convencionais acaba servindo de camuflagem perfeita para atividades ilícitas.
Esta apreensão específica, uma das maiores do ano na região, mostra a ousadia cada vez maior dos traficantes. Quinze mil unidades não é quantidade para amador – estamos falando de uma organização criminosa com certo nível de sofisticação.
A PRF, é claro, comemora o resultado. Cada apreensão dessas representa um golpe nas finanças do tráfico e, consequentemente, menos drogas nas ruas. Mas é aquela velha história: para cada carga apreendida, quantas conseguem passar?
Os investigados agora aguardam as próximas etapas do processo judicial enquanto a polícia continua aprofundando as investigações. Alguém estava esperando essa carga chegar – e certamente não ficou nada satisfeito com o intercepte da PRF.
