Tragédia na Dutra: PM devoto de Nossa Senhora Aparecida é executado com tiro durante assalto em Lorena
PM é morto em assalto na Dutra em Lorena

Era pra ser mais um dia de fé, de esperança. O sargento PM Edimilson Ferreira da Silva, 46 anos, pegou a estrada com o coração leve - ia pagar uma promessa na basílica de Aparecida, como tantas outras vezes. Só que dessa vez, o trajeto pela Via Dutra, em Lorena, virou pesadelo.

Por volta das 8h30 de sexta-feira, tudo mudou. Dois criminosos armados interceptaram o carro do PM no km 237 da rodovia, sentido Rio. O que deveria ser um simples assalto rapidamente escalou para uma tragédia sem tamanho.

O tiro que calou um homem de fé

Testemunhas contam que Edimilson reagiu - instinto de policial, talvez. Ou talvez o desespero de quem não queria perder o que tinha. Não deu tempo de nada. Um dos bandidos atirou à queima-roupa, acertando o tórax do sargento. Os marginais fugiram correndo, deixando para trás um homem agonizando e uma cena de caos.

O socorro veio rápido, mas já era tarde demais. O Samu chegou tentando reanimá-lo, mas Edimilson não resistiu. Morreu no local mesmo, ali no asfalto quente da Dutra, longe da família, longe do santuário que tanto amava.

Uma vida dedicada à corporação

O que dói mais nessa história toda é a ironia cruel do destino. Edimilson não era qualquer PM - tinha 22 anos de corporação, era da 3ª Companhia do 2º Batalhão de Polícia de Choque, baseado em Taubaté. Um cara experiente, que conhecia os riscos da profissão, mas jamais imaginaria que encontraria a morte justamente num momento de devoção.

Seus colegas de farda estão arrasados. Como pode um homem que dedicou a vida a combater o crime ser abatido assim, de forma tão banal? A pergunta ecoa pelos corredores dos quartéis do Vale do Paraíba.

Busca pelos assassinos

A Polícia Civil já iniciou as investigações, mas até agora - pasmem - os criminosos continuam soltos por aí. Duas pessoas num carro prata, armados e perigosos. A Delegacia de Homicídios de Guaratinguetá assumiu o caso e promete não medir esforços.

Enquanto isso, o corpo de Edimilson foi levado para o IML de Pindamonhangaba. A Polícia Militar emitiu uma nota se solidarizando com a família - aquelas palavras de praxe que nunca são suficientes para tapar o buraco que fica.

O que me deixa pensando é como a violência anda nos pegando pelas costas, mesmo quando a gente menos espera. Um PM, um homem de fé, indo visitar a padroeira do Brasil... Se nem ele está seguro, imagina o cidadão comum?

A Dutra, que deveria ser um caminho de progresso, virou palco de mais uma história triste. E Edimilson virou mais um número na estatística macabra da segurança pública - mas pra família e amigos, vai sempre ser o sargento de sorriso fácil que gostava de ir a Aparecida agradecer as graças alcançadas.