PM Devoto de Nossa Senhora Aparecida é Assassinado em Assalto: Fé e Tragédia se Encontram no Vale do Paraíba
PM devoto de Aparecida assassinado em assalto

Era para ser mais um final de semana como tantos outros na vida do sargento Rodrigo—aquele tipo de rotina que a gente nem imagina que pode ser interrompida de forma tão brutal. Mas o destino, caprichoso e cruel, resolveu escrever um final diferente para essa história.

Na noite de sexta-feira, por volta das 23h, o silêncio do Jardim Paulista, em Caçapava, foi quebrado por tiros. Não eram fogos de artifício, como tantos pensaram inicialmente. Eram disparos que ceifaram a vida de um homem de 42 anos que carregava no uniforme a honra de servir e no peito uma devoção profunda pela padroeira do Brasil.

Uma tradição de fé interrompida

O que poucos sabiam—e que torna essa história ainda mais dolorosa—é que Rodrigo não era apenas mais um policial. Era um devoto fervoroso de Nossa Senhora Aparecida. Todo ano, sem falta, ele se juntava aos familiares numa romaria até o santuário. Não era por obrigação, mas por uma conexão genuína que vinha de berço.

"Ele tinha aquela fé simples, direta, do coração", me contou um parente que preferiu não se identificar. "Para ele, a viagem até Aparecida era mais que uma tradição—era um reencontro com algo maior."

Os momentos finais

A polícia ainda está tentando juntar as peças desse quebra-cabeça macabro. O que se sabe é que Rodrigo estava no carro quando criminosos—sim, no plural—se aproximaram. O assalto rapidamente escalou para algo muito pior. Dois tiros atingiram o policial. Um no braço, outro nas costas. Este último, fatal.

Os bandidos fugiram levando o carro do sargento, uma Saveiro cor prata. Deixaram para trás não apenas um corpo, mas uma família despedaçada e colegas de farda que hoje questionam—em voz baixa—o preço que se paga por servir.

O que fica

Enquanto as investigações correm—e correm lentamente, como sempre—a família se prepara para o velório e sepultamento que acontecerão neste sábado em Caçapava. Difícil não pensar na ironia cruel: um homem que dedicava parte de sua vida à segurança dos outros teve a própria vida roubada pela insegurança que combatia.

E a próxima romaria à Aparecida? Essa terá um sabor diferente. Haverá uma vela a mais, uma oração mais sentida, um lugar vazio no carro da família. A fé, que sempre foi um porto seguro para Rodrigo, agora se transforma no esteio para aqueles que ficaram.

O 1° Batalhão de Polícia Militar de Taubaté já se manifestou—como sempre faz nesses casos—oferecendo apoio à família. Palavras bonitas, necessárias, mas que soam distantes quando a realidade é essa dor concreta, essa ausência que não preenche vaga no quartel, mas sim um espaço enorme no cotidiano de quem amava o sargento.

Restam as lembranças. E a pergunta que não quer calar: até quando?