
Imagine a cena: um sujeito chega todo empoado, com um crachá que mais parecia aqueles que a gente ganha de brinde em feira profissional. Só que o golpe era real — e as consequências, também. Na terça-feira, a Polícia Civil de Minas Gerais prendeu em flagrante um homem de 37 anos que se passava por delegado para aplicar golpes em empresários da região metropolitana de Belo Horizonte.
O que me deixa pasmo é a cara de pau. O indivíduo — cujo nome não vou citar aqui para não dar ibope — chegava nas empresas com uma lábia ensaiada e um distintivo falso que, convenhamos, nem de longe enganaria um policial de verdade. Mas para os desavisados, a história colava.
O modus operandi do falso delegado
O golpe seguia um roteiro quase cinematográfico. Primeiro, ele se apresentava como investigador da Polícia Civil. Depois, soltava a cartada: "Há um mandado de prisão contra você". Ameaçava prender os empresários ali mesmo, na frente dos funcionários e clientes.
Mas — e sempre tem um mas — havia uma "saída". O tal "delegado" oferecia uma alternativa: pagando uma quantia em dinheiro, tudo se resolvia. Conveniente, não? Parece aquelas promessas milagrosas que a gente vê por aí, só que com um agravante: o crime era real e as vítimas caíam como patinhos.
O que me impressiona é como essas histórias se repetem. Todo dia surge um golpe novo, ou velho com roupa nova. E o pior: sempre tem quem caia.
A queda do impostor
Toda farra tem seu fim. Depois de várias denúncias — sim, várias empresas foram vítimas desse mesmo golpe — a Polícia Civil resolveu investigar. Montaram uma operação e, quando o sujeito tentou aplicar mais um golpe, foi surpreendido pelos verdadeiros policiais.
Na hora da prisão, acharam com ele: crachá falso, documentos adulterados e, claro, o dinheiro que havia acabado de extorquir de uma vítima. O flagrante foi tão evidente que nem deu margem para discussão.
E sabe o que é mais irônico? Enquanto se fazia passar por delegado, o homem nem imaginava que logo estaria sendo algemado de verdade. A vida prega umas peças dessas, não prega?
Um alerta para empresários
Olha, se tem uma coisa que aprendi cobrindo casos assim é: desconfie sempre. Policial de verdade não chega ameaçando prisão na hora, muito menos pede dinheiro para "resolver" situação. O procedimento correto é totalmente diferente.
- Verifique a identidade de quem se apresenta como autoridade
- Exija identificação oficial (não basta um crachá genérico)
- Ligue para a delegacia para confirmar as informações
- Nunca pague nada em espécie para supostos policiais
Parece óbvio? Pode até ser, mas quando a gente se vê numa situação dessas, o nervosismo às vezes fala mais alto. Melhor prevenir do que — no caso — perder dinheiro e ainda passar por esse constrangimento todo.
O caso agora segue na Justiça. O falsário responde por estelionato e falsificação de documento público. E as vítimas? Bem, pelo menos podem dormir mais tranquilas sabendo que o sujeito não vai aplicar golpes tão cedo.
No fim das contas, a história serve de lição: nem tudo que reluz é ouro, e nem todo que se diz policial está mesmo pela lei. Fica o alerta.