
Ela não usa uniforme, não tem crachá e seu faro vale mais que qualquer tecnologia de ponta. Numa tarde comum em Governador Valadares, uma cadela da Polícia Militar simplesmente reescreveu o manual de como se combate o tráfico na região.
O quintal parecia normal — desses com terra batida, uns pés de couve aqui, uns vasos ali. Mas sob aquela aparente tranquilidade doméstica, escondia-se um segredo que pesava literalmente mais de mil quilos. A droga estava tão bem enterrada que você poderia passar semanas no local sem desconfiar de nada.
O faro que vale ouro
Quando a cadela chegou ao local, algo mudou no ar. Os policiais contam que ela começou a farejar de forma diferente, quase ansiosa, como se tivesse encontrado o cheiro que procurava há tempos. E não é que tinha mesmo?
Em questão de minutos, as patas começaram a cavar — e o que saiu de debaixo da terra deixou até os experientes PMs de queixo caído. Tabletes e mais tabletes de maconha, todos embalados a vácuo, organizados como se fossem tijolos de uma construção ilegal.
E pensar que tudo isso estava ali, sob o nariz de todos, numa casa comum de um bairro comum. O que me faz questionar: quantos outros quintais escondem segredos assim por esse Brasil afora?
Os números que impressionam
- 1.025 kg de maconha — isso mesmo, mais de uma tonelada!
- Droga embalada em tabletes de 1 kg cada
- Material enterrado a aproximadamente 50 cm de profundidade
- Apreensão ocorreu na Rua Rio Doce, no bairro Santa Terezinha
Os policiais tiveram que cavar bastante para retirar toda a droga — trabalho braçal que rendeu suor, mas também a satisfação de saber que aquele carregamento não chegaria às ruas.
E os responsáveis?
Aqui é que a coisa fica interessante — e um tanto frustrante. A casa estava vazia quando a polícia chegou. Ninguém foi preso no local, mas as investigações continuam a pleno vapor.
É como se tivessem abandonado o 'tesouro' sabendo que a casa estava queimada, comentou um dos investigadores, que preferiu não se identificar. A operação faz parte de uma investigação maior sobre rotas do tráfico na região do Vale do Rio Doce.
Enquanto isso, nossa heroína de quatro patas já está de volta ao trabalho. Sem alarde, sem premiações — apenas fazendo o que sabe de melhor: usar seu instinto para deixar a cidade um pouco mais segura.
Quem diria que o melhor detector de drogas da polícia não precisa de bateria, nem de manutenção complicada? Basta um bom focinho e muita coragem.