Um caso trágico que chocou a região norte do Paraná chegou a seu desfecho judicial nesta quinta-feira. A Justiça condenou um proprietário rural a seis anos de prisão pela morte de um homem de 38 anos, ocorrida durante uma confusão envolvendo a escalada de um muro.
O Fatal Desentendimento
O incidente aconteceu em março de 2023, na zona rural de Itambaracá, quando Cleverson Carlos Pereira, então com 38 anos, decidiu pular o muro da propriedade vizinha para resgatar um animal que havia entrado no terreno.
Segundo as investigações, o proprietário da área, identificado como João Batista Mendes, efetuou um disparo de arma de fogo que atingiu fatalmente Cleverson. O homem não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.
Condenação e Penas
Em decisão proferida pelo Tribunal do Júri de Cornélio Procópio, João Batista Mendes foi condenado pela prática de homicídio culposo - quando não há intenção de matar. A pena estabelecida foi de seis anos de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime semiaberto.
Além da prisão, o condenado terá que arcar com:
- Pagamento de 50 salários mínimos como reparação de danos morais
- Multa de 10 salários mínimos
- Prestação de serviços comunitários
- Frequência obrigatória em curso de conduta e cidadania
Contexto do Crime
Testemunhas relataram que havia um histórico de desentendimentos entre as partes envolvidas. Na fatídica noite de 18 de março de 2023, Cleverson subiu no muro que separava as propriedades, momento em que foi atingido pelo tiro efetuado por João Batista.
O caso serve como alerta sobre os perigos do uso indiscriminado de armas de fogo, mesmo em situações onde não há ameaça real à vida. A decisão judicial reforça que o direito à propriedade não justifica o uso desproporcional da força.
Impacto na Comunidade
O crime comoveu a pequena comunidade rural de Itambaracá, cidade com pouco mais de 6 mil habitantes localizada na região norte pioneiro do Paraná. "Tragédias como esta mostram como conflitos entre vizinhos podem ter desfechos irreversíveis", comentou um morador da região que preferiu não se identificar.
O caso segue como exemplo dos perigos da escalada de conflitos interpessoais e da importância da mediação pacífica de disputas entre comunidades vizinhas.
