Zinho e comparsas enfrentam júri popular por assassinato de Jerominho no Rio
Zinho enfrenta júri por assassinato de Jerominho no Rio

E finalmente, depois de uma espera que pareceu eterna para muitos, a justiça vai ser feita — ou pelo menos tentada. O tal do Zinho, figura que já virou quase lenda no submundo carioca, e mais uns outros três indivíduos vão ter que encarar o Tribunal do Júri. O crime? O assassinato brutal de Jerominho, que aconteceu lá em 2021 e deixou todo mundo com um nó na garganta.

Não foi fácil chegar até aqui. O Ministério Público praticamente deu uma de detetive, juntando um quebra-cabeça de provas — gravações telefônicas que parecem saídas de um filme de máfia, depoimentos cheios de meias-palavras e um monte de outras evidências que pintam um quadro sombrio. Tudo indica que o motivo foi uma daquelas rixas bestas que só fazem sentido no mundo do crime: disputa por pontos de venda de drogas. Coisa triste, né?

Os bastidores do processo

O juiz responsável pela bagunça toda deu uma olhada no material e pensou: "é, isso aqui tem cheiro de jury material mesmo". A defensoria, claro, tentou argumentar que as provas eram fracas — porque é isso que defensor faz, ué — mas não colou. A decisão já tá tomada e o julgamento está marcado para daqui a alguns meses.

O que me deixa pensando é: será que depois de tanto tempo as testemunhas ainda vão ter coragem de falar? Porque todo mundo sabe como essas coisas funcionam no Rio — medo é uma moeda forte por essas bandas. O tribunal prometeu proteção, mas convenhamos, promessa é dívida que muitos não cumprem.

Repercussão e expectativas

Nas quebradas onde Jerominho era conhecido, o clima é de ansiedade misturada com um pouco de esperança. "Tomara que dessa vez a justiça funcione", me disse um morador que preferiu não se identificar — e quem pode culpá-lo? A família da vítima, coitada, vive há anos nesse limbo de querer respostas que nunca chegam.

O caso do Jerominho virou símbolo de tantas outras mortes que acontecem todo dia nas comunidades e que a gente quase nem fica sabendo. Quando a vítima é alguém com certa notoriedade no meio, como era seu caso, as coisas andam — devagar, mas andam. E os outros? Fica a pergunta que não quer calar.

Enquanto isso, Zinho e seus comparsas aguardam nas suas respectivas celas. O julgamento promete ser daqueles que lota o fórum — se é que vão deixar entrar público, porque segurança vai ser redobrada, com certeza. Vai ter gente de todo tipo: curiosos, familiares, jornalistas... e talvez alguns personagens que prefeririam passar despercebidos.

Restam dúvidas sobre como tudo vai se desenrolar. Será que vão conseguir condenar todos? As testemunhas vão comparecer? O júri — sete pessoas comuns — vai ter estômago para ouvir os detalhes macabros desse crime? Perguntas que só o tempo — e talvez um pouco de sorte — vão responder.

Uma coisa é certa: o Rio de Janeiro inteiro vai estar de olho nesse julgamento. Não é todo dia que figuras como Zinho enfrentam a justiça popular. Torçamos para que o resultado traga algum alívio para quem sofreu — e talvez um sinal de que, às vezes, a lei consegue vencer a lei do silêncio.