A Justiça do Rio de Janeiro confirmou a permanência do contraventor Rogério Andrade no presídio federal de segurança máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, até o ano de 2026. A decisão mantém o sobrinho de Castor de Andrade sob o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), considerado o mais rigoroso do sistema penitenciário brasileiro.
Histórico criminal e nova decisão judicial
Rogério Andrade já cumpre pena no presídio federal há exatamente um ano. O novo pedido de manutenção no regime de segurança máxima foi fundamentado em denúncia apresentada contra ele e Flávio da Silva Santos, conhecido como "Flávio Pé Pé" ou "Flávio da Mocidade".
De acordo com as investigações, os dois seriam os principais líderes da organização responsável pela exploração de jogos de azar no estado do Rio de Janeiro. As autoridades afirmam que eles comandavam pontos de jogo e participavam ativamente de disputas violentas com grupos rivais.
Corrupção policial e homicídio qualificado
O documento judicial detalha a atuação dos acusados na corrupção sistemática de forças policiais. As investigações revelaram o pagamento de propina a diversas unidades das Polícias Civil e Militar do estado.
A decisão pela permanência no presídio federal foi confirmada pela juíza-corregedora substituta da unidade federal, Franscielle Martins Gomes Medeiros. Rogério Andrade foi inicialmente preso em outubro de 2024, após denúncia do GAECO/MPRJ pelo homicídio qualificado de Fernando de Miranda Iggnacio.
O crime ocorreu em novembro de 2020 no estacionamento de um heliporto no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro. A vítima foi executada a mando da organização criminosa.
Impacto no crime organizado
A manutenção de Rogério Andrade no regime disciplinar diferenciado representa um duro golpe para a nova cúpula do jogo do bicho no Rio. Considerado herdeiro do império criminoso de seu tio Castor de Andrade, Rogério continuará isolado em condições de máxima segurança por mais um ano.
Especialistas em segurança pública avaliam que a decisão judicial dificulta a operação da organização criminosa do lado de fora dos presídios. O Regime Disciplinar Diferenciado restringe significativamente a comunicação com o mundo externo e limita as visitas.
O caso continua sob acompanhamento do Ministério Público do Rio de Janeiro, que monitora as atividades da organização mesmo com seus principais líderes atrás das grades.