CPI do Crime Organizado quer ouvir TH Joias, preso por ligação com CV
Relator da CPI pede convocação de TH Joias

O relator da CPI do Crime Organizado, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), anunciou nesta terça-feira (18 de novembro de 2025) que formalizará pedido para ouvir o ex-deputado estadual do Rio de Janeiro Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias. O parlamentar está preso desde setembro, acusado de integrar o núcleo político do Comando Vermelho.

Prisão e acusações contra ex-parlamentar

TH Joias foi detido pela Polícia Federal no início de setembro e responde a processos por tráfico internacional de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e fornecimento de armas ao Comando Vermelho. De acordo com denúncia do Ministério Público Federal apresentada ao TRF-2, o ex-parlamentar teria atuado como elo entre a facção criminosa e o poder público.

Em sua primeira declaração pública sobre o caso, o senador Alessandro Vieira justificou a necessidade do depoimento: "É fundamental que a gente tenha o contato com esse senhor para que ele possa verbalizar a participação", afirmou o relator durante sessão da CPI.

Rede de infiltração no poder público

As investigações revelam que a atuação de TH Joias no crime organizado não era isolada. Segundo Vieira, a denúncia do MPF também mira outras catorze pessoas, incluindo assessores parlamentares, policiais militares do Rio de Janeiro e até um delegado da Polícia Federal.

"É dessa forma que o crime organizado atua. Não é uma coisa pontual, isolada. É sempre uma atuação global, integrada e com infiltração no poder público", alertou o senador, destacando a sofisticação da operação criminosa.

Operações financeiras e logísticas

As apurações indicam que TH Joias atuava como intermediário em transações de grande vulto para a facção. Entre suas atribuições estariam:

  • Mediação na compra e venda de drogas
  • Aquisição de armas e equipamentos antidrones
  • Operações de câmbio com valores em espécie

As investigações conectam o ex-parlamentar diretamente com Luciano Martiniano, o Pezão, traficante do Complexo do Alemão. As transações financeiras envolviam quantias significativas em moeda estrangeira, evidenciando a dimensão internacional da operação.

A expectativa é que o depoimento de TH Joias à CPI do Crime Organizado possa esclarecer os mecanismos de infiltração do crime organizado nas instituições públicas e revelar novos nomes envolvidos na esquema criminoso.