
Era uma madrugada tensa em Porto Alegre quando os policiais fecharam o cerco. Oito homens — alguns com histórico de violência, outros quase novatos no crime — foram levados algemados após meses de investigação. A quadrilha, que agia como uma máquina bem oleada, especializava-se em sequestros relâmpagos e extorsões.
Não foi fácil chegar até eles. Os investigadores, que preferem não se identificar, contam que os criminosos usavam códigos trocados em ligações de apenas 15 segundos. "Parecia roteiro de filme", admite um delegado, esfregando os olhos após noites mal dormidas.
Como a quadrilha operava
- Vítimas eram escolhidas aleatoriamente em estacionamentos de shoppings
- Usavam carros com placas clonadas — sempre modelos populares
- Ressonância magnética? Não, os aparelhos encontrados eram equipamentos de bloqueio de sinal
Curiosamente, um dos presos trabalhava como segurança particular. "Ironia do destino", comenta um policial, enquanto embala o quinto café da manhã. Os outros integrantes tinham profissões variadas: desde pedreiros até um ex-estudante de direito.
O que foi apreendido
Na operação que começou antes do sol nascer, a polícia encontrou:
- 3 veículos com documentação adulterada
- R$ 15 mil em espécie — dinheiro que, segundo testemunhas, "cheirava a medo"
- Armas artesanais (sim, caseiras mesmo)
- Celulares descartáveis, aqueles que ninguém quer ter no nome
O delegado-chefe, visivelmente satisfeito — mas tentando disfarçar —, comparou o grupo a "ratos que roem os alicerces da sociedade". Dramático? Talvez. Eficiente? Sem dúvida.
Agora, a pergunta que fica: será que essa foi apenas uma célula de uma organização maior? As investigações continuam, e a população do RS pode respirar um pouco mais aliviada. Por enquanto.