Operação Passe Livre desarticula esquema criminoso no Pará
A Polícia Civil do Pará realizou na manhã desta quarta-feira (26) a Operação Passe Livre, que resultou na prisão de 10 pessoas envolvidas em um esquema de extorsão ligado ao transporte clandestino. A ação, investigada desde 2023, contou com mandados cumpridos em sete cidades e dois estados brasileiros.
Esquema criminoso envolvia servidores públicos
De acordo com as investigações, o grupo era formado por integrantes de facção criminosa, milicianos e servidores públicos que atuavam em conjunto para cobrar valores ilegais de motoristas de vans. O delegado Erir Ribeiro, responsável pela investigação, explicou que servidores responsáveis pela fiscalização de transporte atuavam junto aos criminosos.
"Conseguimos comprovar que, além da facção extorquir os motoristas, havia servidores que deveriam coibir o transporte irregular mas, na verdade, atuavam junto aos criminosos. Se o motorista não pagasse, eles apreendiam os veículos", afirmou o delegado.
Ação coordenada em múltiplas localidades
A operação foi coordenada pela Delegacia de Repressão às Facções Criminosas (DRFC) e pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). Os mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos em:
- Belém
- Castanhal
- Ananindeua
- São Miguel do Guamá
- Tracuateua
- Salvaterra
- Rio de Janeiro
- Mato Grosso
O delegado Augusto Potiguar, titular da DRCO, confirmou o sucesso da operação: "A ação foi planejada para prender faccionados e milicianos que exploravam o transporte clandestino no Pará. Já conseguimos prender 10 pessoas".
Bens apreendidos e valores bloqueados
Durante as diligências, foram apreendidos:
- 5 carros
- 5 motocicletas
- Diversos telefones celulares
Os aparelhos serão periciados para obter novas evidências. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 22.592.418,79 nas contas dos investigados.
Violência e ameaças aos motoristas
A investigação começou em 2023 após denúncia de um motorista que era alvo de extorsões praticadas por uma cooperativa de vans irregulares a mando de uma facção criminosa. Segundo as apurações, a parte mais violenta da organização fazia ameaças e mandava quebrar os carros de quem resistisse às exigências ilegais.
Com as provas reunidas ao longo da investigação, a Justiça autorizou o bloqueio de bens e valores e a expedição dos mandados cumpridos nesta manhã.
Procedimentos judiciais e crimes imputados
Todos os presos foram conduzidos para a sede da DRCO, onde serão realizados os procedimentos judiciais cabíveis. Eles devem responder por:
- Lavagem de dinheiro
- Extorsão
- Corrupção ativa e passiva
- Organização criminosa
A operação contou com apoio de diversas unidades policiais, incluindo equipes da Diretoria de Polícia Especializada (DPE), Diretoria de Polícia do Interior (DPI), CORE, Núcleo de Inteligência Policial (NIP), Divisão de Crimes Funcionais (DCRIF) e policiais civis do RJ e MT.
