
Parece que o crime organizado brasileiro encontrou um novo poço de petróleo — e não, não estamos falando de literalmente. A Polícia Federal acaba de cravar uma investigação de meter o pé na porta em um esquema tão lucrativo que daria inveja a qualquer petrolífera. O alvo? Nada menos que o Primeiro Comando da Capital e sua teia bilionária armada para sugar dinheiro do setor de combustíveis.
O nome da operação já diz tudo: Abafa. E abafou mesmo. A PF identificou um fluxo financeiro suspeito que beira os impressionantes R$ 5 bilhões. Cinco bilhões! É dinheiro que não acaba mais, e a maior parte veio parar onde? Nos cofres — ou melhor, nos caixas dois — de empresas e laranjas ligadas à facção.
O Modus Operandi: Mais Complexo que Tubulação de Refinaria
Como funcionava a jogada? A investigação aponta que o PCC usava uma rede de postos de combustível, muitos deles localizados em regiões estratégicas do país, para esquentar dinheiro de origem criminosa. Não era só colocar o dinheiro na bomba e torcer. A arquitetura do esquema envolvia dezenas de pessoas e empresas de fachada, criando um emaranhado difícil de desvendar.
Os investigadores acreditam que o valor movimentado é “incomparavelmente superior” ao que se imaginava antes. E olha, eles já imaginavam bastante. A operação Abafa é um desdobramento de uma investigação anterior, a Omertà, que em 2022 já havia cutucado a onça com vara curta no mesmo ambiente.
As Ordens de Busca e a Reação Imediata
Nesta quarta-feira, a PF cumpre 18 ordens judiciais — sendo 10 de busca e apreensão e 8 de sequestro de bens. Tudo autorizado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). O alvo principal são investigados que supostamente operavam o esquema de lavagem em nome da facção.
E não pense que era dinheiro de pingado. Os valores são estratosféricos. Uma única empresa analisada movimentou, pasmem, mais de R$ 1,5 bilhão em pouco tempo. Outro alvo da investigação girou cerca de R$ 340 milhões. Algo definitivamente fora da curva para o negócio de combustíveis.
O que mais assusta? A capacidade de infiltração. O relatório da PF é claro: o PCC conseguiu criar uma estrutura sólida e de longa duração dentro do setor, usando-o como uma máquina eficiente de legitimar capitais ilícitos. Eles não estavam brincando de ser empresários; eles estavam profissionalizando o crime.
Os crimes investigados são graves: associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A pena, se condenados, pode chegar a 25 anos de prisão. Mas, convenhamos, com um esquema dessas proporções, os envolvidos devem estar mais preocupados com o sequestro de seus bens do que com a cela.
Uma coisa é certa: a operação Abafa joga um holofote brutal sobre como o crime organizado se entranha na economia formal. E levanta uma questão que não quer calar: até onde vai o tentáculo do PCC nos negócios legítimos do país?