Esquema milionário de fraude a benefícios sociais é desmantelado
A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério do Trabalho, realizou uma operação que resultou na desarticulação de uma organização criminosa especializada em falsificar documentos para receber valores indevidos de benefícios da Assistência Social.
O prejuízo causado ao Sistema de Seguridade Social foi calculado em mais de R$ 1 milhão, conforme divulgado pelas autoridades.
Investigação começou no Recife em 2022
As investigações tiveram início em dezembro de 2022, quando duas pessoas tentaram regularizar a inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) durante um atendimento na sede da Receita Federal no Recife.
De acordo com a Polícia Federal, a partir da análise desse caso específico, foi descoberto um esquema complexo com atuação interestadual que operava em múltiplos estados brasileiros.
Como funcionava a fraude ao BPC
Os investigados fabricavam documentos falsos com nomes de pessoas fictícias para burlar a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) e receber, de forma ilegal, recursos do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Esse benefício garante um salário mínimo mensal para pessoas com 65 anos ou mais que comprovem situação de baixa renda, sendo um importante mecanismo de proteção social para idosos vulneráveis.
Na última quarta-feira (26), a operação batizada de "Avohai" cumpriu oito mandados de busca e apreensão expedidos pela 13ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco.
As ações foram realizadas simultaneamente em residências localizadas nos estados do:
- Rio Grande do Norte
- Ceará
- Minas Gerais
- Acre
- São Paulo
Significado do nome "Avohai"
O nome da operação foi escolhido em referência a um dito popular que une as palavras "avô" e "pai", representando simbolicamente uma mesma pessoa que assume mais de uma identidade - exatamente a prática criminosa combatida pela investigação.
Os objetivos principais da operação são interromper a prática criminosa, coletar provas que sustentem a ação judicial e identificar outros possíveis envolvidos no esquema fraudulento.
A Polícia Federal reforça que continuará atuando para coibir esse tipo de crime, que prejudica diretamente o sistema de proteção social brasileiro e desvia recursos que deveriam beneficiar pessoas em situação de vulnerabilidade real.