Polícia Federal apreende passaporte de Daniel Vorcaro antes de prisão
PF apreende passaporte de banqueiro Daniel Vorcaro

O banqueiro Daniel Vorcaro teve seu passaporte apreendido e foi preso pela Polícia Federal na segunda-feira, 18 de novembro de 2025, quando se dirigia ao aeroporto de Guarulhos com destino a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Oferta de colaboração não evitou prisão

Horas antes da prisão, advogados de Vorcaro procuraram a Justiça Federal em Brasília buscando informações sobre o processo contra o banqueiro. Na manifestação enviada ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal, os defensores deixaram clara a disposição de Vorcaro em colaborar com as investigações, incluindo a entrega voluntária de seu passaporte se necessário.

Entretanto, a ação policial foi deflagrada mesmo com a oferta de cooperação. Vorcaro foi conduzido para a superintendência da Polícia Federal e teve seu documento de viagem retido. Seus defensores classificaram a prisão como "desnecessária", considerando que já havia manifestação expressa de interesse em colaborar com a Justiça.

Operação Compliance Zero

A prisão do banqueiro faz parte da Operação Compliance Zero, que tem como objetivo combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras do Sistema Financeiro Nacional. Além de Vorcaro, três diretores do Banco Master também foram presos na ação desta terça-feira.

Integrantes do Banco de Brasília igualmente foram alvo de busca e apreensão durante a operação. As investigações tiveram início em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para apurar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira.

Abrangência da operação policial

A Polícia Federal está cumprindo cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 mandados de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares diversas da prisão. As ações se estendem pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal.

Segundo a PF, os títulos de crédito falsos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada. Entre os crimes investigados estão gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.

O contexto da viagem interrompida de Vorcaro revela que o banqueiro viajaria para Abu Dhabi para fechar a operação de venda do Banco Master. Em setembro, o Banco Central havia reprovado a compra de uma fatia do Banco Master pelo banco do Distrito Federal, antecedendo os desdobramentos atuais.