
Não é todo dia que a rotina pacata de Ariquemes, no interior de Rondônia, é sacudida por uma operação da Polícia Federal. Mas esta terça-feira, 26 de agosto, foi diferente. Bem diferente.
Logo pela manhã, agentes federais colocaram em ação um plano meticuloso – e o resultado foi de cair o queixo. Não foram gramas, nem quilos. A apreensão foi de baldes inteiros cheios de cloridrato de cocaína, uma quantidade que beira o surreal para quem não está acostumado com as dimensões do tráfico na região Norte.
O material estava escondido – se é que podemos chamar disso – em um endereço que as investigações já vinham monitorando há tempos. A operação faz parte de um inquérito maior, que investiga uma organização criminosa com tentáculos que, pasmem, podem se estender para além das fronteiras do estado.
O que isso significa para a região?
Uma apreensão dessa magnitude não é apenas um número a ser comemorado em relatório. É um sinal claro, um recado. O crime organizado está enraizado em áreas que, muitas vezes, são negligenciadas pelo noticiário nacional. E operações como essa mostram que a PF está de olho.
Os detalhes são ainda mais cruéis: a droga estava acondicionada de forma precária, em baldes comuns, daqueles que você encontra em qualquer ferragem. Aparentemente, os criminosos subestimaram – e muito – a capacidade de investigação das autoridades.
Ninguém foi preso em flagrante no local, o que não é exatamente uma surpresa. Esse tipo de operação costuma ser mais sobre coletar evidências e rastrear conexões do que sobre prender peixes pequenos no ato. A investigação continua, e tudo indica que novas ações podem surgir nos próximos dias.
Para o cidadão comum de Ariquemes, o susto foi grande. Ver a Polícia Federal em ação, apreendendo drogas em grande escala praticamente na esquina de casa, é um misto de alívio e preocupação. Alívio porque a ação foi bem-sucedida; preocupação porque… bem, o problema claramente existe, e é enorme.
Restou aquele questionamento que não quer calar: até quando? E o que mais pode estar por aí, escondido sob a aparente calmaria do interior?