A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira (26) a Operação Sinete, que resultou na prisão de sete pessoas investigadas por envolvimento em uma organização criminosa especializada em fraudes documentais, grilagem de terras e lavagem de capitais na região de Feira de Santana e municípios vizinhos.
Quem são os presos
Entre os detidos está o conhecido empresário e ex-político Oyama Figueiredo, que já ocupou os cargos de vereador e presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana entre 1991 e 1994. O nome do empresário batiza até hoje o Conjunto Habitacional Oyama Figueiredo, no bairro Tomba, onde foi homenageado.
Além de Oyama, também foram presos na operação: Geraldo Bispo Ferreira, Pedro Henrique dos Reis de Figueiredo, Arnaldo Novais de Melo e Lívia Cajado de Figueiredo Cosmo.
Esquema criminoso detalhado
De acordo com o Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), os investigados participavam de uma rede criminosa sofisticada que atuava na falsificação e manipulação de documentos públicos e judiciais para apropriação ilegal de propriedades.
O esquema contava com a participação de servidores de cartórios, empresários, advogados, corretores e agentes de segurança pública, que trabalhavam em conjunto para burlar o sistema legal. A polícia identificou o uso indevido de procurações, certidões e decisões judiciais fraudulentas para transferir propriedades de forma clandestina.
Em alguns casos mais graves, os criminosos chegaram a empregar coação, violência e porte irregular de arma de fogo para conseguir seus objetivos.
Apreensões e bloqueios financeiros
Durante o cumprimento dos 47 mandados de busca e apreensão determinados pela Justiça, os policiais apreenderam 12 carros de luxo, duas motocicletas, dinheiro em espécie, joias e diversos documentos que comprovam as atividades ilegais.
A Justiça também determinou o sequestro judicial de valores e bens dos investigados, com bloqueio autorizado de até R$ 6 milhões por CPF e R$ 60 milhões por CNPJ, valores que representam o montante movimentado pelo esquema criminoso.
Investigacao e proximos passos
As investigações que levaram à operação tiveram início a partir de interceptações telefônicas autorizadas judicialmente, análises financeiras, diligências de campo e correições administrativas. A polícia também conseguiu determinar o afastamento cautelar de servidores públicos suspeitos de participação no esquema.
A Operação Sinete contou com o apoio da Força Correcional Especial Integrada (Force), da Corregedoria da Polícia Militar da Bahia, da Corregedoria da Polícia Civil da Bahia e da Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
As investigações continuam em andamento para delimitar responsabilidades, identificar possíveis novos envolvidos e localizar o oitavo investigado que teve mandado de prisão expedido, mas ainda não foi capturado.