Mototaxista some no Rio há 1 semana: família busca respostas
Mototaxista desaparece na Zona Sudoeste do Rio

Jovem mototaxista desaparece durante trabalho na Zona Sudoeste

A família de Charles Leandro Conceição Gonçalves, de 23 anos, vive momentos de angústia e incerteza. O jovem desapareceu no feriado de 20 de novembro, quando saiu de casa para trabalhar como mototaxista pelo aplicativo 99 e nunca mais retornou.

Buscas intensas e poucas informações

Segundo relatos da família, Charles acordou cedo naquinta-feira, por volta das 5h, como de costume. Sua namorada, Ariely Carmo, de 28 anos, recebeu a última mensagem dele às 5h40 da manhã. "Foi a última comunicação que tivemos com ele", lamenta a recepcionista.

Ariely acordou às 8h40 e, ao não conseguir contato, começou a se preocupar. "Mandei várias mensagens, mas só aparecia um traço. Fizemos o registro de ocorrência na sexta-feira, quando percebemos que ele realmente não voltaria", conta desesperada.

Histórico do jovem e investimentos

Charles tinha uma trajetória de trabalho e conquistas. Nascido e criado no bairro da Taquara, na Zona Sudoeste do Rio, ele havia retornado à cidade há cerca de cinco meses, depois de morar três anos em Santa Catarina a trabalho.

Durante o período no Sul do país, o jovem conseguiu juntar dinheiro e comprou uma casa no Morro da Chacrinha, no Tanque, também na Zona Sudoeste. Para complementar a renda, decidiu trabalhar como mototaxista nas horas vagas, além de seu trabalho como ajudante de pedreiro.

Família percorre hospitais e IML

A prima de Charles, Kethelen Clara Gonçalves de Lima, de 24 anos, relatou que as buscas começaram no dia seguinte ao desaparecimento. "Já fomos a todos os hospitais, ao IML, e não encontramos nada. Fizemos boletim de ocorrência, mas a polícia pediu para voltar dois dias depois. Até agora, nada", disse.

A família também recebeu informações perturbadoras de pessoas do Morro do Dendê, na Ilha do Governador. Testemunhas relataram que Charles teria sido visto rodando na região e que criminosos teriam pego e mexido em seu celular.

"Ela disse que eles matam e jogam os restos mortais na Baía de Guanabara. Tentando ajudar, acabou nos deixando mais nervosos", completou Kethelen.

Autoridades e empresa silenciam

A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 32ª DP (Taquara) no dia 21 de novembro e encaminhado à Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA), que segue com as investigações. Familiares já foram ouvidos e outras diligências estão em andamento.

Já a 99, empresa de aplicativo para a qual Charles trabalhava, foi procurada para comentar o caso, mas até o momento não respondeu aos questionamentos. A família recebeu apenas um protocolo da empresa, sem informações concretas sobre o paradeiro do jovem.

Ariely resume o sentimento de todos: "Estou desesperada, não sei mais onde procurar. A 99 e a polícia não dão respostas. A empresa lamenta, mas isso não resolve nada. A gente só quer encontrar ele".