
Imagine sair de casa pra trabalhar e ser obrigado a usar um app criado por facção. Pois é, no Rio, a realidade superou a ficção. O Comando Vermelho tava botando ordem no tráfego à sua maneira – e ninguém podia reclamar.
Nessa trama que parece roteiro de filme, os criminosos desenvolveram um aplicativo de transporte tipo Uber do crime. Só que aqui não tinha opção de não baixar. Ou usava, ou... bem, melhor nem pensar nas consequências.
Como funcionava o esquema
Não era só um app qualquer. Tinha toda uma estrutura por trás:
- Motoristas cadastrados (querendo ou não) no sistema da facção
- Corrida com preço tabelado pelos criminosos
- Áreas de atuação delimitadas como território do tráfico
- Taxa obrigatória repassada ao crime organizado
Os passageiros? Também não tinham escolha. Se precisasse de carro naquela região, era no app ou a pé – e todo mundo sabe como é andar em área dominada pelo tráfico.
O lado mais absurdo da história
O que choca não é só a ousadia do esquema. É a eficiência com que funcionava. Os caras tinham até:
- Central de atendimento pra reclamações (sim, reclamações!)
- Sistema de avaliação de motoristas
- Controle de frota quase profissional
Parece piada, mas era a dura realidade em comunidades como Complexo do Alemão e Cidade de Deus. Até que a polícia descobriu o esquema e botou os pingos nos is.
Agora fica a pergunta: até onde vai a criatividade do crime organizado? Se já tão inovando no transporte, o que virá depois? Delivery de drogas por drone? Só o tempo dirá.