
Os ânimos em Manaus estão mais quentes que o habitual — e não é só por causa do clima amazônico. Na última semana, vídeos que circulam nas redes sociais mostram integrantes de uma facção criminosa fazendo a festa, literalmente, para comemorar o que chamam de "domínio absoluto" sobre uma área da cidade.
Parece roteiro de filme, mas é a realidade: homens mascarados, armados até os dentes, exibindo fuzis como troféus enquanto riem e fazem gestos obscenos para as câmeras. Uma afronta que não passou batida.
O estopim
"Quando o crime dá as caras assim, é porque já se sente dono do pedaço" — foi o que me disse um policial veterano, sob condição de anonimato. E ele tem razão. As imagens, gravadas provavelmente em algum ponto da Zona Leste, foram o estopim para que as autoridades colocassem em ação um plano que vinha sendo costurado há semanas.
Resultado? Uma megaoperação com direito a:
- Mais de 200 agentes
- Blindados
- Apoio aéreo
- Atuação conjunta de Civil, Militar e Força Nacional
O que já rolou
Até o fechamento desta matéria, as ações já renderam:
- 11 prisões — entre elas dois supostos líderes
- Armas de grosso calibre apreendidas
- Drogas em quantidade industrial
- Celulares e documentos que podem levar a mais investigações
E olha que a operação mal começou. Pelos bastidores, correm rumores de que a facção estava se preparando para "expandir os negócios" — eufemismo sinistro para aumentar o tráfico e a cobrança de taxas ilegais de comerciantes.
Moradores da região, esses coitados, vivem entre a cruz e a espada. "A gente não sabe pra quem rezar mais", desabafou uma senhora que pediu para não ser identificada. "Se fala muito, o crime descobre. Se cala, a polícia não aparece."
Enquanto isso, nas ruas, o clima é de tensão constante. Lojas fechando mais cedo, pais evitando deixar filhos brincarem na rua, e aquela pergunta que não quer calar: até quando?