
Era mais uma quarta-feira comum em Cuiabá até que, antes mesmo do sol raiar, a cidade acordou com sirenes e movimentação atípica. A cena? Dezenas de agentes batendo portas e cumprindo mandados em endereços chave. O alvo? Um esquema que, segundo investigações, misturava festa, política e muito dinheiro sujo.
No centro da trama, dois nomes que dificilmente você imaginaria juntos: um DJ famoso nas baladas da capital mato-grossense e um assessor parlamentar da Assembleia Legislativa (ALMT). A dupla, segundo as autoridades, era peça fundamental numa rede que lavou impressionantes R$ 185 milhões — dinheiro que, pasme, vinha do tráfico de drogas.
Como o esquema funcionava?
Parece roteiro de série policial, mas era a realidade. O modus operandi tinha uma engenhosidade perturbadora:
- O dinheiro do narcotráfico entrava como "pagamento" por shows que nunca aconteceram
- Notas fiscais frias eram emitidas para empresas de fachada
- Parte dos recursos "esquentados" supostamente financiava campanhas políticas
Não bastasse a criatividade criminosa, os investigados ainda tinham a cara de pau de usar contas bancárias de laranjas — incluindo parentes distantes e até um caseiro que mal sabia ler.
As conexões perigosas
O que mais choca não é o volume de dinheiro, mas quem está envolvido. O assessor, figura conhecida nos corredores do poder, teria usado sua influência para blindar operações. Já o DJ, queridinho da noite cuiabana, supostamente fazia a ponte entre o mundo das drogas e o show business.
"É o tipo de caso que mostra como o crime se infiltrou em todas as esferas", comenta um delegado que pediu para não ser identificado. "Quando você junta festa, política e drogas, o estrago é imensurável."
Até agora, a polícia já apreendeu:
- Dois carros de luxo
- Documentos contábeis adulterados
- R$ 250 mil em espécie
- Diversos aparelhos celulares
E olha que esta é só a ponta do iceberg. Fontes próximas à investigação sugerem que novos nomes devem surgir — alguns, pasmem, bem mais influentes que os já citados.
Enquanto isso, na ALMT, o silêncio é quase ensurdecedor. Nenhum parlamentar quis se manifestar sobre o caso, e o assessor investigado foi afastado "para não prejudicar o andamento dos trabalhos". Conveniente, não?