CPI do Crime Organizado ouve diretor da PF em primeiro depoimento
Diretor da PF depõe na CPI do Crime Organizado

O Senado brasileiro deu um passo crucial no combate ao crime organizado nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025. Pela primeira vez desde sua instalação, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dedicada ao tema recebeu o depoimento de um convidado: Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal.

Contexto da CPI e a megaoperação no Rio

A criação desta comissão de inquérito foi diretamente motivada pela megaoperação das forças policiais no Rio de Janeiro, ocorrida na última semana de outubro. A ação de grande escala atingiu os complexos da Penha e do Alemão, marcando um momento significativo no enfrentamento ao crime organizado na região.

O convite para que Rodrigues prestasse depoimento partiu do relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Em seu requerimento, o parlamentar defendeu que o combate eficaz às organizações criminosas exige uma abordagem multissetorial.

Fundamentação do convite

Vieira argumentou, em documento formal, que o enfrentamento ao crime organizado não é tarefa de um único órgão. Segundo ele, é essencial uma atuação coordenada, sinérgica e robusta envolvendo múltiplas esferas do Poder Executivo.

"O crime organizado moderno atua em diversas frentes: tráfico de drogas e armas, lavagem de dinheiro, crimes cibernéticos, contrabando, descaminho e infiltração em setores da economia e do próprio Estado", escreveu o emedebista em sua justificativa.

Objetivos da comissão

Nesse contexto, o relator afirmou que a contribuição de autoridades federais - incluindo o diretor-geral da PF - é imprescindível para a CPI construir um diagnóstico fidedigno da ameaça representada pelo crime organizado.

Além disso, a comissão busca avaliar a eficácia das políticas públicas atualmente em vigor no combate a essas organizações. A atuação coordenada deve abranger desde a inteligência estratégica até a repressão qualificada e o controle do sistema prisional.

Este primeiro depoimento marca o início efetivo dos trabalhos investigativos da CPI do Crime Organizado, estabelecendo um precedente importante para as futuras audiências que devem ocorrer ao longo das próximas semanas.