Aquele que deveria ser mais um dia comum transformou-se em pesadelo numa pacata cidade do interior cearense. Itapajé, um lugar onde todo mundo praticamente se conhece, acordou sob o choque de uma notícia que parece saída de um filme de terror: mais um homem de negócios local foi vítima da sanha violenta do crime organizado.
Dessa vez, a vítima foi Francisco Edvan da Silva—um comerciante conhecido na região, de apenas 36 anos. A execução aconteceu na noite de quinta-feira, 22 de agosto, e a motivação, segundo as primeiras investigações, é tão antiga quanto repugnante: ele se recusou a pagar o que os criminosos chamam de 'taxa' de proteção. Proteção de quem, hein?
A cena foi dantesca. Dois indivíduos chegaram de moto—o veículo preferido dos assassinos de aluguel—e sem qualquer hesitação, efetuaram vários disparos contra Francisco, que não teve chance de defesa. A perícia confirmou que ele foi atingido por múltiplos projéteis, num ato de violência extrema e calculista.
Não foi um caso isolado
E aqui é onde a coisa fica ainda mais sombria. A Polícia Civil já trabalha com a hipótese de que o mesmo grupo criminoso—uma facção que age como dona do pedaço—já havia ameaçado outros comerciantes da área. Imagina a situação: você abre seu negócio, trabalha honestamente, e do nada é coagido a pagar por uma 'proteção' que não pediu. É o imposto do medo.
— Isso aqui tá virando uma rotina macabra—comenta um morador que preferiu não se identificar, com a voz embargada. — A gente vive com medo. Medo de falar, medo de não pagar, medo de pagar e mesmo assim ser alvo.
Não é exagero. O clima na cidade é de luto e, ao mesmo tempo, de revolta silenciosa. Até quando?
O que se sabe sobre o crime?
- Vítima: Francisco Edvan da Silva, 36 anos, comerciante local.
- Local: Rua Principal do Sítio Lagoa das Pedras, Itapajé/CE.
- Data: 22 de agosto de 2024, por volta das 22h.
- Modus operandi: Dois homens em uma motocicleta de cor escura.
- Arma: Firearm de calibre não divulgado—vários casings foram encontrados no local.
O corpo de Francisco foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Sobral, onde autópsia deve ser realizada. Enquanto isso, a família chora—e a cidade se pergunta quem será o próximo.
A Polícia Civil segue coletando provas e imagens de câmeras de segurança da região. Qualquer pessoa com informação pode colaborar anonimamente pelo disque-denúncia. Mas será que alguém vai ter coragem?
