Banqueiro preso pela PF usou recursos suspeitos em investimento no Galo
O banqueiro Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, foi detido pela Polícia Federal na noite de segunda-feira, 17 de novembro de 2025, quando tentava embarcar para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. A prisão ocorre em meio a investigações sobre a origem dos recursos aplicados na Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético-MG.
Vorcaro detém 20,2% das ações da SAF do clube mineiro, adquiridas por meio do FIP Galo Forte. O investimento total realizado entre 2023 e 2024 chegou a aproximadamente R$ 300 milhões, valor que agora é alvo de escrutínio das autoridades.
Investigação aponta elo com facção criminosa
O Ministério Público de São Paulo já investigava a procedência desses valores como parte dos desdobramentos da Operação Carbono Oculto. As apurações concentram-se em possíveis crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio vinculados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
É importante destacar que a SAF do Atlético-MG não é alvo das investigações. A operação que resultou na prisão do banqueiro é a Compliance Zero, deflagrada nesta terça-feira e que apura fraude financeira de R$ 12 bilhões, conforme informações da Polícia Federal.
Maior liquidação bancária da história do FGC
Nesta terça-feira, o Banco Central anunciou a liquidação do Banco Master, medida que deve gerar o maior ressarcimento a depositantes já realizado pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). De acordo com dados oficiais, a instituição financeira possuía cerca de R$ 86 bilhões em ativos, tornando-se o maior volume de recursos envolvido em um processo de liquidação na história do sistema financeiro brasileiro.
O caso expõe as complexas relações entre o sistema financeiro e investimentos no futebol brasileiro, levantando questões sobre a origem dos recursos que movimentam o esporte nacional. As investigações continuam em andamento para apurar todas as conexões e responsabilidades envolvidas neste esquema de grandes proporções.
