Advogado é preso em Salvador por comandar plantação de maconha em esquema sofisticado
Advogado preso por comandar plantação de maconha em Salvador

Eis que a lei encontra um de seus próprios – e o resultado é, no mínimo, paradoxal. Nesta quinta-feira (22), Salvador foi palco de uma operação que prendeu em flagrante um advogado, justamente aquele que deveria defender a legislação, não burlá-la. A ironia não poderia ser mais gritante.

O suposto "mestre" do esquema, cujo nome ainda não foi divulgado – embora se saiba que ele atua na área criminal –, mantinha nada menos que 173 pés de maconha em pleno crescimento. E não era qualquer cultivo: estamos falando de um sistema indoor de alta tecnologia, com direito a estufas, iluminação especializada e sistema de irrigação que faria qualquer agricultor profissional corar de inveja.

Operação meticulosa

A Polícia Civil baiana não deu moleza. Após receber denúncias anônimas – sempre elas –, os investigadores mergulharam fundo no caso. E o que encontraram foi surpreendente: o advogado não apenas cultivava a planta, mas comandava toda a operação com precisão quase militar.

Além das plantas, os policiais apreenderam uma quantidade considerável de maconha já seca e pronta para distribuição. Calcula-se que o esqueme rendesse ao menos R$ 50 mil mensais – um negócio lucrativo, mas arriscadíssimo, especialmente para alguém que conhece as consequências legais melhor que ninguém.

O que mais foi encontrado?

  • Sistema completo de cultivo indoor com estufas
  • Equipamentos de iluminação especial para plantas
  • Sistema de irrigação automatizado
  • Ventilação industrial para controle de temperatura
  • Maconha já seca e embalada para comercialização

O mais curioso – ou triste, dependendo do ponto de vista – é que o advogado usava seu conhecimento jurídico para tentar se proteger. Imagina ele achando que poderia dar uma de esperto, usando as brechas que conhecia para se safar. Mas a polícia foi mais esperta, evidentemente.

O delegado responsável pela operação, em entrevista coletiva, não disfarçou a surpresa: "É sempre chocante quando um operador do direito resolve trilhar o caminho do crime. Ele conhecia perfeitamente as consequências, mas parece que a ganância falou mais alto".

O agora detido responderá por tráfico de drogas – ironia das ironias, o mesmo crime que provavelmente defendia em tribunais. A pena? Pode chegar a 15 anos de reclusão. Duro golpe para quem dedicou a vida ao estudo das leis.

Restabelece-se a ordem, mas fica aquele gosto amargo de que ninguém está realmente imune à tentação. Nem mesmo aqueles que juram defender a justiça.